(Vídeo) Jorge Pedrosa, presidente da concelhia do Partido Social-Democrata de Vizela (e vereador), falou esta tarde aos jornalistas sobre o polémico caso que envolve o presidente da autarquia num suposto caso de violência doméstica.
Jorge Pedrosa, que diz não ter recebido respostas em direto de Victor Hugo Salgado na reunião matinal de hoje da Câmara Municipal, é taxativo: "O Sr. Presidente da Câmara deve suspender o mandato e responder a várias perguntas que se impõe neste momento. De todo não tem condições de continuar num cargo que representa os vizelenses. Tolerância zero" - disse.
[Ouça nos vídeo)
O QUE DISSE JORGE PEDROSA
No passado dia 18 de abril fomos confrontados com a notícia que o Sr. Presidente da
Câmara de Vizela, Dr. Vítor Hugo Salgado estaria a ser objeto de investigação no
âmbito de um processo de inquérito de crime de violência doméstica – crime público
consagrado no nosso ordenamento jurídico.
A nossa primeira reação foi de completa admiração e estupefação, sobre o caso, tendo
contudo, emitido um comunicado a solicitar esclarecimento e que fosse clarificada toda
esta situação, tendo em consideração a gravidade da alegada investigação no decurso de um inquérito aberto contra o Sr. Presidente da Câmara Dr. Vítor Hugo Salgado e confirmado pela PGR e GNR de Vizela, segundo informações trazidas a público pelo jornal Observador.
Posto isto, foi entretanto emitido um comunicado por parte do Sr. Presidente e esposa em que alegavam tratar-se de um assunto, passo a citar de “Tentativa de
instrumentalização da vida privada para fins políticos” e que “A exposição pública destes factos (Noticias de alegadas agressões físicas), alheios à vida cívica ou ao debate politico, constitui uma tentativa de instrumentalização da vida privada para fins de
combate politico”.
Ora como podemos verificar em momento algum é negado os factos pelos quais está a decorrer um alegado inquérito de investigação pela prática de crime de violência doméstica. Mais com esta postura o Sr. Presidente da Câmara Municipal com responsabilidades no Partido Socialista, local e nacional, considera um crime que é qualificado como crime público, crime de foro privado, ou seja, passamos ao tempo em que “entre marido e mulher não metas a colher”.
Entretanto soubemos pelos órgãos de comunicação social que o líder nacional do Partido Socialista, Dr. Pedro Nuno Santos terá solicitado a renúncia por parte do Dr. Vítor Hugo Salgado ao cargo que este desempenhava à frente da distrital do Partido Socialista de Braga, tendo-lhe retirado a confiança politica e transmitindo a retirada do apoio politico na sua recandidatura às próximas eleições autárquicas.
Importa lembrar: não estamos a condenar ninguém. Até prova em contrário, todos são inocentes. Mas queremos transparência. Exigimos respostas. Porque o crime em causa é demasiado grave para ser abafado por conveniências políticas.
A justiça tem o seu tempo — e nós respeitamo-lo. Mas a política tem valores. E neste caso, só há um lado certo: o lado das vítimas e o lado da verdade.
Por isso, não podemos aceitar desculpas, pressões ou silêncio.
Quem representa o povo, tem de dar explicações e o exemplo.
E em casos como este, o exemplo é claro: tolerância zero. Numa sociedade justa, não há espaço para violência. Nem para desculpas. Nem para o silêncio.
Com estes pressupostos, exigimos por parte do Sr. Presidente respostas e esclarecimentos que urge dar à população e que passamos de seguida a expor:
Tendo vindo a público uma seria de notícias sobre um alegado caso de violência doméstica, em que o nome do Sr. Presidente é visado, gostaríamos que nos respondesse sobre o seguinte:
O que tem a dizer sobre o facto de estar alegadamente envolvido sobre um caso de alegada violência domestica?
O que tem a dizer sobre, no âmbito dessa notícia de crime de violência domestica (crime público), estar a decorrer um inquérito de investigação sobre o referido caso de alegada violência doméstica, confirmado pela PGR e GNR de Vizela?
O que tem a dizer sobre o facto de alegadamente estar a ser objeto da investigação através de um processo de inquérito sobre a prática de um crime público e não ter negado o facto pelo qual esta a ser objeto desse mesmo inquérito?
O que tem a dizer sobre o facto do Presidente do Partido Socialista lhe ter retirado a confiança politica e de o obrigar a renunciar ao cargo de Presidente da Federação Distrital do PS? (pese embora o Senhor como qualquer eventual arguido gozar da presunção de inocência).
O que tem a dizer o Senhor Presidente sobre esta matéria toda, e se do ponto de vista politico tem condições para se manter à frente dos destinos deste concelho e de se recandidatar à Câmara de Vizela quando o Partido Socialista lhe retirou a confiança politica?"