No âmbito da 2ª Edição do Roteiro do Livro Insubmisso, promovido pela Direção da Organização Regional de Braga do PCP, teve lugar em Vizela, na Casa da Cultura Joaquim Chicória, a apresentação pública do livro “O «Novo Normal»: Securitização, Precariedade e (Des)Integração Europeia em Tempos de Pandemia” de Manuel Loff, Tiago Vieira e Filipe Guerra, publicado pela Editora Página a Página.
A mesa foi composta pelo co-autor, Manuel Loff, historiador e professor universitário, Agostinho Lopes, membro da Comissão Central de Controlo do PCP, e Marco Pereira, da DOR Braga do PCP.
A moderação coube a Marco Pereira, que destacou que o Roteiro do Livro Insubmisso, que tem vindo a percorrer o distrito de Braga com a divulgação de livros comprometidos com os valores de Abril, é “mais do que uma divulgação literária; trata-se de um espaço de reflexão crítica que desafia as narrativas dominantes e promove ideias que visam transformar a sociedade”. Esta iniciativa visa não só a promoção da leitura, mas também um convite à reflexão profunda sobre o rumo da actualidade política e social.
Agostinho Lopes, por sua vez, sublinhou que a obra representa “uma abordagem lúcida e crítica, não só política e ideológica, mas também uma reflexão sobre as intervenções do Estado e da União Europeia, e as suas consequências face à pandemia de Covid-19”. A obra reflecte as tensões políticas e sociais suscitadas pelas medidas adoptadas durante a pandemia, destacando a complexidade das decisões e das suas implicações para a liberdade individual e colectiva.
Manuel Loff frisou que a pandemia representou um marco histórico, afirmando que “os anos de 2020 e 2021 permanecerão gravados na história como os ‘anos do grande confinamento’”. Loff abordou, ainda, as divergências internas na União Europeia, evidenciadas pelas diferentes abordagens em relação às medidas de confinamento, com vários Estados a adotarem decisões em sentido contrário.
O co-autor destacou que medidas como o distanciamento social, a proibição de deslocamentos e outras limitações impostas aos cidadãos, embora justificadas por razões sanitárias, expõem aspectos típicos de regimes autoritários, com consequências devastadoras para as liberdades e direitos fundamentais.
Este evento foi uma oportunidade para debater os efeitos duradoiros da pandemia e o impacto das decisões políticas sobre a sociedade, num contexto em que se procurou impor um “novo normal”.
Mais informações sobre o livro podem ser consultadas aqui.