Quinta do Castro Velho em tribunal com a paróquia de Vizela S. Adrião


A edição de hoje do Jornal de Notícias (pág.14 e com chamada à 1ª página) apresenta uma reportagem sobre a Casa do Castro Velho em Vizela Santo Adrião e com declarações de Olinda Pinto (irmã do falecido diretor do Notícias de Vizela, Abel Pinto).

O texto da autoria do jornalista Roberto Bessa Moreira é do seguinte teor:


"Idosa exige indemnização a paróquia por casa que doou.

Olinda Pinto, de 77 anos, cedeu quinta da família à igreja e vive em habitação com vidros partidos e onde chove

"Uma idosa exige à paróquia de Santo Adrião de Vizela uma indemnização superior a 19 mil euros. Em tribunal, Olinda Pinto, de 77 anos, queixa-se de que está a viver numa casa onde chove, porque a Fábrica da Igreja não cumpre o acordado quando lhe foi doada por si uma quinta com mais de nove hectares. Ao JN, o pároco Filipe Ferreira da Diocese do Porto prometem obras numa residência degradada, que acolhe ainda um casal e duas crianças.

Em 1988, Olinda Pinto e uma prima doaram à paróquia a Quinta do Castro Velho, reservando o usufruto dos imóveis até à morte. Já em 2014, foi feita uma adenda ao contrato, na qual a doadora, sem dinheiro

para fazer face às necessidades da casa de quatro pisos, renunciava à utilização dos terrenos e, em contrapartida, a paróquia assumia os custos com a manutenção da residência. Contudo, lamenta Olinda Pinto e a sua família, pouco ou nada foi feito nos últimos dez anos.

A recente instalação de tetos falsos não resolveu os problemas, em especial, de infiltrações num velho telhado que causaram buracos no soalho em madeira.

A vetusta casa tem vidros partidos, portadas estragadas e outras deficiências que obrigaram os ocupantes a abandonar cinco quartos do último andar. O frio e a humidade são outros dos problemas constatados pelo JN.

Cansada de esperar pelas obras, Olinda Pinto avançou com uma ação judicial contra a Fábrica da Igreja e, no Tribunal de Guimarães, exige 9120 euros por intervenções pagas por si, mais dez mil euros por danos morais e uma inspeção à casa para avaliar as condições de habitabilidade.


IGREJA ASSUME PROBLEMA

Ao JN, o padre Filipe Ferreira garante que "tudo o que foi acordado com as usufrutuárias está a ser cumprido pela paróquia". "Fomos fazendo as pequenas intervenções solicitadas. Sempre houve uma excelente relação com a menina Olinda", afirma. Segundo o clérigo, foi a paróquia que, há cerca de um ano, quando a septuagenária regressou do hospital, pagou a remodelação de uma casa de banho, o que prova que a "casa nunca esteve abandonada".

O padre Filipe Ferreira avança, por fim, que, "to- mando consciência da fragilidade da casa, a paróquia decidiu avançar com obras" e que, em novembro do ano passado, "começou a tratar das licenças e autorizações necessárias".

A Diocese do Porto declara que "o padre tem indica- ções para avançar com a recuperação da casa, logo que as condições climatéricas o permitam". Fonte oficial explica que a paróquia tem, agora, "possibilidades financeiras para criar condições que permitam à família viver com dignidade"...relata o Jornal de Notícias


PROJETO

Casa cedida para ser lar e centro de dia

Este mês, Olinda Pinto distribuiupela freguesia uma carta a explicar que doou a quinta para que aqui fosse construído um lar, um centro de dia e uma piscina para os jovens. "Todo o projeto se desmoronou e todos os padres que advieram [após a morte do padre Simões] rasgaram simplesmente o acordo e deixaram-me numa posição de maior fragilidade, pois o projeto também passava pela cons trução de uma pequena habitação para passar o resto dos meus dias com dignidade", sublinha a idosa. No mesmo documento, Olinda Pinto diz que o padre Filipe Ferreira alegou fal-ta de dinheiro da paróquia para proceder à substitui-ção do telhado da casa e que só "quando confrontado judicialmente' efetuou algumas obras.


Avisos na missa 

"Em 10 e 11 de feverei- Io, a comunidade foi informada de que as obras avançariam no salão pa- roquial e no Castro Ve- lho, através de avisos na missa. E, no dia 17, fo- mos visitar, com o construtor civil, a casa para que seja feito o orçamento e se dê início às obras", refere o padre Filipe Ferreira ao JN que alega que o mau tempo tem impedido a intervenção.

Adotou após doar Quando, em 1988, doou a quinta à paróquia, Olinda Pinto não tinha

familia próxima. Todavia, alguns anos passa- dos, adotaria uma rapariga que, com o marido e as duas filhas, também vivem na Quinta do Castro Velho.


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