Agostinho Ribeiro e Óscar Lopes sentem que estão livres das preocupações que mais os atormentaram nos invernos passados: a inundação dos seus estabelecimentos face à torrente emanada do Ribeiro de Paços. A foto é de arquivo mas serve para relembrar o que foi o calvário da zona nevrálgica das intempéries. (vídeo do Restaurante Avelino inundado em 2022)
O primeiro teste à grande intervenção da Câmara Municipal de Vizela e União de Freguesias da cidade, no desvio ou sustentação das águas pluviais que chegavam a rodos àquele local, aconteceu recentemente. No final do mês de outubro, entrada do mês de novembro, quando chuva forte e insistente deixou inúmeras localidades do País inundadas em alguns pontos como aconteceu na vizinha Guimarães, esperava-se que o cenário de outrora se repetisse na rua da Rainha mas não.
Agostinho Ribeiro e Victor Hugo Salgado |
Nos anos anteriores, cada vez que a chuva batia forte, os dois restaurantes viam emergir do chão água a rodos que is inundava sem contemplações. Foi assim o ano passado (ver vídeo). Óscar Lopes e Agostinho Ribeiro tinha de recorrer a bombas de extração de água, mangueiras, baldes, rodos ou até, como aconteceu em algumas datas, chamarem os bombeiros.
INTERVENÇÃO ÁGUAS PLUVIAIS
As profundas alterações operadas pela Câmara Municipal de Vizela e pela União de Freguesias de S. João e S. Miguel das Caldas no Ribeiro de Paços e seus riachos afluentes, trouxeram a paz aos comerciantes da Rua Dr. Pereira Caldas, artéria também conhecida por Rua da Rainha (e Praça da República) habituados a verem todos os anos os seus estabelecimento inundados.
Óscar Lopes |
Agostinho Ribeiro e Óscar Lopes são unânimes em reconhecer o trabalho que foi efetuado e agradecem à autarquia pelo resultado: "Estamos muito contentes. Nas últimas precipitações de chuva forte e contínua tínhamos de prevenção as bombas, os baldes e as mangueiras para extrair a água caso houvesse inundação, mas, felizmente, e apesar de ter chovido até mais que noutras alturas, a água não entrou no restaurante, seguiu caminho para o rio Vizela. Temos de estar gratos ao Dr. Victor Hugo Salgado porque esta intervenção que já devia ter sido feita há muito mais tempo, só agora foi concretizada. Para nós foi um grande alívio" - disseram.
COMPORTAS E DESVIOS
Na origem da resolução do problema que todos os anos afetava a parte baixa da cidade esteve a colocação de comportas no Ribeiro de Paços próximo da estação da CP, também em Infias junto ao parque de estacionamento da TMO e as intervenções na rua 25 de abril (próximo do mercado) em frente à escola secundária e próximo da Casa da Cultura.
Victor Hugo Salgado diz que foi tudo prearado depois de um trabalho minucioso:
"Vizela é uma vale e as águas pluviais corriam todas diretas à Praça e Rua da Rainha. Quando cheio, o Ribeiro de Paços transbordava para o interior de alguns estabelecimentos. O que fizemos foi criar comportas no Ribeiro a partir de Infias, onde temos uma zona térrea de inundação que serve de área de recolha das águas sobrantes do regato quando este sobe em demasia, colocamos também duas comportas mais a jusante ao lado do parque de estacionamento da Câmara e na rua Dr. Pereira Caldas, além da limpeza efetuada no canal do Ribeiro, foi reforçado o canal" - diz o presidente da Câmara.
Acrescentando: "É preciso ver que todas as águas pluviais, desde o alto de S. Bento das Peras, da Igreja Matriz de S. Miguel e de outros pontos, vinham escoar à Praça da República. Tinhamos ainda outro problema grave: os prédios da Avenida Abade de Tagilde não tinham ligação à rede de saneamento, vinha tudo direto por ali abaixo. A água que chegava ao antigo matadouro, hoje Casa da Cultura, também escorria em abundância pela avenida Abade de Tagilde abaixo em direcção à Praça. Colocamos ali um enorme tubo que encaminha a água desde a Casa da Cultura até ao rio junto à ponte da Cascalheira. Abrirmos e ampliamos sarjetas em vários pontos.
Obedeceu tudo a um pormenorizado estudo, ficou caro, mas resolveu uma situação que deixava todos os anos comerciantes e moradores com o credo na boca. Hoje o Ribeiro de Paços já não passa desenfreado por baixo dos prédios da Rua da Rainha, mas sim devidamente controlado" - resume o presidente da Câmara Municipal de Vizela que tem ainda outra explicação para a abundância de água: "Vizela foi dos concelhos do Paíso que mais cresceu proporcionalmente ao nível de construção de habitações. O subsolo está saturado e não consegue absorver a água toda portanto é explida para a superfície. Tivemos de analisar ponto a ponto e o bom resultado está à vista" - disse Victor Hugo Salgado que salienta também a prestimosa colaboração nesra matéria do presidente da União de Freguesias, José Armando Branco.
MUITA CHUVA
Depois de um final de outubro marcado por períodos anómalos de precipitação intensa, o mês de novembro chegou também em força com mais chuva que fez, inclusive, transbordar o Rio Vizela.
Agostinho Ribeiro diz: "Quando, depois de uma noite de tempestade, ia para abrir o meu restaurante e não vi o Restaurante Rainha com as magueiras de tirar àgua à porta pressenti logo que também não ia ter problemas e prejuízo no meu restaurante. Estou muito feliz e só tenho de agradecer ao Sr. Presidente Victor Hugo. Foi a primeira vez que não ficamos inundados e trabalhamos normalmente".
Óscar Lopes toma as mesmas palavras de agradecimento de Agostinho Ribeiro ao autarca pelo trabalho efetuado recordando: "Era muito triste vivermos com o coração nas mãos, termos de tirar água do restaurante e avisar os clientes que não os podíamos servir. Felizmente o pior já passou. Este ano não tivemos inundações e choveu bastante, mais do que noutros anos, para as haver mas não houve. Estou muito contente." - finaliza.
Notícia Em 2021