Eles são os programas televisivos e seus opinadores, os fóruns de rádio, os jornais, os cartoons, os dirigentes, os árbitros aposentados, os sábios comentários de toda a parafernália das redes (alguns hilariantes), etc e tal, a polémica à volta dos casos de arbitragem do último Vizela-Benfica está para durar até porque a Associação de Árbitros Portugueses já quer levar a tribunal algumas considerações adversas.
De fora de toda a polémica, ou sem intervenção nela, está o Vizela: no final do jogo Samu não abordou o trabalho do árbitro, e fez bem; Tulipa disse tudo, em poucas palavras e educadamente, e fez bem também. E por parte do Vizela o assunto ficou por ali. Pinto da Costa fez o resto pedindo para se arrumar o VAR na prateleira e chamou a atenção para algo que passou, certamente, despercebido à maioria: o VAR do Vizela-Benfica era o mesmo do Benfica-Vizela e o tal tratado por tu por Rui Costa de dedo em riste, António Nobre. Nobre?!!!
Existiria futebol sem polémica? Possivelmente sim, mas não seria a mesma coisa. Basta ir à história centenária para perceber que não houve rei sem roque, rosa sem espinhos e assim continuará a ser enquanto o futebol for rei. Sim, porque as polémicas à volta das outras modalidades são praticamente inexistentes.
As opiniões correntes são díspares: uns dizem que Otamendi devia ter ido tomar banho mais cedo quando tipo o cinéfilo Eduardo Mãos de Tesoura, o defesa encarnado, fez aquele corte tesoural ao relâmpago Osmajic ficando aí a trovoada instalada, dizendo os mesmos que o central António Silva viu passar como um foguete o avançado vizelense ficando quedado na anterior estação e nunca mais o apanhava: outros, logicamente também, tem visão diferente ou porque assim entendem, ou porque lhes convém ou porque assim lhes mandam. Estes acham que o amarelo está bem e que se fosse um amarelo desbotado, melhor ainda. O ex árbitro Jorge Coroado diz no JN de hoje que Otamendi devia ter sido admoestado com o cartão vermelho, Paulo Pereira acha que o amarelo está bem.
Disse alguém que discutir futebol é como ler um jornal na rua em dia de vento...
A questão do suposto penálti de Bah sobre o mesmo Osmajic tem merecido de igual modo no fim da ceia um chorrilho de opiniões. Uns a favor e outros contra. Veja-se o caso de dois dos melhores árbitros portugueses com as siglas da Fifa, hoje reformados, Paulo Pereira e Jorge Coroado: para os mesmos lances, um diz sim e outro diz não. E é nisto que o futebol tem beleza máxima, única e algo de oculto: é que podem estar duas pessoas, inclusive catedráticos na matéria, a ver o mesmo lance e não vêem os dois exatamente o que está a ver um e outro. Surreal?
Presume-se que quanto a este Vizela-Benfica a procissão ainda vá na Lameira até porque faltam ainda 12 jornadas para o fim do calvário. É Quaresma!
Recortes da imprensa de hoje.