Foi preciso um 25 de Abril para uma voluntariosa equipa do FC Vizela ultrapassar um destemido e bem organizado Penafiel.
Seguramente um dos melhores jogos da época 2022-2023 que terminou empatado (3-3) ao fim de 120 minutos de luta, partida disputada com muita correção, desportivismo, espetáculo e emoção quanto baste.
O guarda-redes Luís Felipe, que até acusou alguma (natural) falta de entrosamento com a equipa no decorrer do jogo, acabou por ser o herói da tarde ao defender três pontapés da marca de grande penalidade. E mais houvesse...
Todavia, o principal mérito da eliminatória vai para Álvaro Pacheco. O treinador vizelense, deixou clara a ideia de não haver "vacas sagradas e intocáveis na equipa" (passe a expressão), e mexeu, e bem, no onze que anunciava um desfecho inglório.
A passagem de Kiko Bondoso para o eixo de terreno, as entradas de Zhoi, Sarmiento, Carlos Isaac e Diego Rosa, mexeram com a equipa e Bruno Wilson, que vem duma paragem (jogou de máscara) foi bem rendido por Aidara. Costuma-se dizer que só faz falta quem está, porém a ausência de Anderson no eixo da defesa foi por demais notada.
Pacheco provou, mais uma vez, quem manda e o que se quer quando é necessário arregaçar as mangas e não se coibiu de fazer três mexidas na equipa ainda na primeira parte.
Deste jogo ficou ainda a ideia de que é preciso insistir (?) no treino de jogadas um-para-um (jogador a partir para a baliza isolado e o guarda-redes pela frente), pois o Vizela tem perdido várias oportunidades neste capítulo não desmerecendo as intervenções dos guarda-redes contrários.
Há dias, uma conhecida antiga glória do futebol, num programa televisivo onde se falava do desporto rei de antigamente, dizia: "Infelizmente, fechando-se em si próprios, os clubes, todos, lacraram as portas aos adeptos que gostavam de assistir durante a semana em família aos treinos, diluindo com isso uma paixão e convívio que eram salutares e até pedagógicos não se conhecendo casos de perturbação dos próprios treinos. Nós, jogadores, não nos sentíamos perturbados e gostávamos daquilo".
Hoje falar-se do que se passou num treino é quase impossível, ao ponto de haver clubes que oferecem aos adeptos de prenda um treino pelo Natal ou Ano Novo tal a 'preciosidade', a caixa de pandora não abre, pelo que é muito subjectivo dizer-se aqui isto e aquilo sobre treinamento e até a mais banal informação pode fazer cair o Carmo e a Trindade. Modernices.
IMPORTANCIA DA PROVA
Independentemente do valor que se atribua a esta competição da prova-rainha da FPF, foi importante o Vizela vencer. As vitórias são sempre lenitivos importantes.
E se quando a equipa vizelense militava nos escalões do Campeonato de Portugal e ou da IIB ansiava avidamente pela sorte de lhe tocar em casa um clube "grande", cremos que hoje em dia, porque o Vizela anda no meio dos "grandes" no seu dia-a-dia, o mais desejado é que o sorteio proporcione um adversário 'pequeno'.
Destaque ainda para o importante apoio que a equipa vizelense recebeu do seu público, porventura em maior número no estádio 25 de Abril (perspectivava-se a presença de mais adeptos locais para esta partida o que não aconteceu) e a forma sempre simpática como as gentes vizinhas de Penafiel sabem receber.
Dizer que houve festa da Taça é pura realidade!
Venha o próximo.