Naturalmente, os jornais deste sábado, e não só os desportivos, destacam o jogo Benfica-Vizela, partida que terminou com a vitória (2-1) dos benfiquistas, 40 mil no Estádio, que festejaram no final, inclusive o seu presidente Rui Costa que desceu do camarote presidencial, onde estava sentado ao lado presidente da SAD do Vizela, Diogo Godinho, como se de uma final europeia se tratasse. Só faltou mesmo a ida ao Marquês. É lá com eles. Mas diz tudo da forma como foi valorizada a conquista dos três pontos.
Fábio Veríssimo marcou uma grande penalidade que só os clubes pequenos sofrem, como Álvaro Pacheco referiu, e à hora que quis estava o leitão a arrefecer na Bairrada. Este mesmo árbitro anulou em Barcelos um golo ao Vizela por um centímetro fora de jogo. Não digam que foi o VAR, porque o VAR é um instrumento de ajuda, o árbitro é soberano.
MILAGRE? |
Alguma comunicação social, que tarda em valorizar o feito dos pequenos, muito menos em protege-los e com isso melhorar o futebol, colocam a coroa de heróis aos grandes desde que vençam, defendem-nos com análises e comentários perniciosos e títulos ofuscantes, as TV convidam apenas comentadores representativos dos clubes que já por si dominam o futebol nacional, daí que será sempre difícil o reconhecimento quando uma equipa de tostões bate o pé a uma de milhões.
O CENTÍMETRO LEMBRAM-SE?
O caso não é de agora: ontem publicamos o resumo do jogo Vizela-Benfica de 1984, está ainda publicado, e concluam se há algum motivo para o árbitro ter assinalado, tal como ontem, uma grande penalidade contra o Vizela que resultou na derrota desta equipa por 2-1.
Também o último Vizela-Benfica terminou aos 98 minutos, depois do golo decisivo acontecer.
O futebol há muito necessita de uma intervenção profunda. E essa passa por mais liberdade na discussão dos assuntos dando-se voz a quem não tem voz. Porém os Conselho de Disciplina castiga quem fala e agora vai mais longe evidenciando vontade em querer castigar quem pergunta.
É bom que o Povo Unido Jamais Será Vencido não permita o regresso do lápis azul à comunicação social, seja banido o penacho de pseudo-censores, mas também não fica bem que a liberdade de imprensa, conquistada para defender os pequenos, continue a ignorá-los em favorecimento dos grandes porque era precisamente isso que se passava antes do 25 de Abril. Temos dito.
A DIREÇÃO
P.S. - Reparamos que o jornal Record, não colocou na primeira página as palavras do treinador do Vizela. Pormenores.