Branco até ao céu


 








A frase que titula esta notícia é atribuída a uma extinta figura típica de Vizela, conhecida por Benjamin Pula, educado engraxador com caixa pela baixa de Vizela bem contrário ao designativo alinhamento de quatro versos do não menos educado poeta António Aleixo: "Engraxadores sem caixa / há-os aos centos na cidade
/que só usam da tal graxa/ que envenena a sociedade".

Sem que nunca ninguém conseguisse explicar porquê, nos seus devaneios mentais, Benjamin Pula repetia ocasionalmente a expressão: Branco até ao céu".
Terá morrido na década de 70 essa notável figura típica com caixa de graxa à porta do antigo consultório do Dr. Abílio da Costa Torres que foi mais tarde sede do Movimento para a Restauração do Concelho de Vizela, muito tempo antes de várias localidades do País enveredarem pela divertida Noite Branca com Branco até ao céu. E esta noite Vizela veste-se de branco. São esperadas milhares de pessoas no centro da cidade, estando o palco 1 montado na Praça da República, o palco 2 junto à portaria da Câmara virado para a Praça do Município e o palco 3 no coreto do jardim virado para a rua Manuel Faria. 
Há quem diga que a ideia pioneira de produzir uma Noite Branca deveu-se à "necessidade" dos veraneantes fazerem sobressair o bronze arrecadado em solários naturais juntando o castanho da pele à candura do branco. 
Seja como for as Noites Brancas espalharam-se um pouco por todo o País e arredores.

Em Vizela ainda se contam pelos dedos duma mão as realizações que aqui tiveram lugar, quatro, cinco talvez, porém, já evidenciam uma solidez notável. 
Primeiro a Comissão de Festas, mais recentemente a Câmara Municipal de Vizela, a Noite Branca veio para ficar, salta hoje na mais viva alegoria de Benjamin Pula "branco até ao céu". 
Os melhores profetas não teriam inventado dito melhor.

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