Em tempo da Volta a Portugal em bicicleta lembrei-me do Artur Coelho. Texto de José Videira
A sua melhor classificação numa Volta a Portugal foi um terceiro lugar final. Mas corria o mês de julho de 1957, quando ele conseguiu a sua maior vitória como ciclista, Artur Coelho ganhava uma prova internacional, a Volta a S. Paulo no Brasil, vencendo João Massari, campeão do Brasil.
Foto blog Memória Portista |
Defendia a camisola do F.C.do Porto no tempo em que brilhavam dois ciclistas, Ribeiro da Silva e Alves Barbosa. A camisola amarela dançava do corpo de um para o do outro. Depois da morte do Ribeiro da Silva, emergiram Sousa Cardoso e Carlos Carvalho seus colegas de equipa.
Artur Coelho ganhou algumas etapas nas chegadas em pelotão, porque era especialista no "sprint". A correr na pista era quase imbatível.
Ganhou cinco voltas a Portugal por equipas. Nunca venceu uma Volta a Portugal, porque trabalhava para a equipa. No entanto, por uma vez vestiu a camisola amarela, que lhe foi arrebatada dois dias depois pelo Pedro Polainas.
Uma vez perto de Amarante, Carlos Carvalho escapou ao pelotão e Artur Coelho foi com ele para o ajudar a vencer a etapa em Braga e vestir a camisola amarela.
Outra ocasião foi o herói da etapa ao rebocar Sousa Cardoso para que não perdesse a camisola amarela.
Haviam de ver a minha felicidade, quando eu nem um metro e vinte media de altura, o vi ganhar a meta volante em frente à Foto Stúdio em Vizela numa Volta a Portugal
Lembro-me de o ver treinar com a bicicleta em cima de dois cilindros à porta da sua oficina perto da estação. E de o ver subir o monte de S. Bento com o Ernesto Coelho.
O nosso herói da estrada era natural do concelho de Felgueiras, veio com os pais e os irmãos viver para Vizela. Casou com a bonita Clara, filha do sr. Camilo taxista.
Emigrou com a mulher para França, onde faleceu e ficou sepultado.