Em Vizela nem o futebol se identifica com o Vitória


Estamos na segunda quinzena de agosto quando as notícias escasseiam e o tempo convida a rebuscar notícias de outrora.

Hoje trazemos este recorte do extinto Notícias de Vizela de 1997 o qual foca um excerto de uma entrevista de Capela Dias, vereador municipal comunista na Câmara de Guimarães, concedida ao extinto Notícias de Guimarães. 

Mais do que a expressão futebolistica de Capela Dias, importa salientar (ou recirdar) nesta publicação a verticalidade, a coragem e a determinação dos comunistas vimaranenses que desde o primeiro ao último minuto da luta de Vizela, se colocaram do lado das justss reivindicações vizelenses ainda que isso (?) os levasse à perda de votos e confrontações verbais menos agradáveis na sua cidade..., na Assembleia da República e no País. Ninguém foge à História. 


O texto da Notícia

O vereador municipal, Cândido Capela Dias, referiu, em entrevista concedida à jornalista Teresa Ferreira, do Notícias de Guimarães, que, se dependesse da CDU, "Vizela era concelho".

Capela Dias, que volta a criticar a Câmara por se preocupar apenas com a sala de visitas (cidade) acrescenta: «O meu Partido entende que deve haver um tratamento distinto em relação a Vizela, na medida em que há qualquer coisa naquelas populações que se identifica com os sentimentos de autonomia administrativa. E não vale a pena meter a cabeça na areia».

E acrescenta: «A verdade é que a vida de Vizela faz-se mais voltada para o Porto e Santo Tirso do que para Guimarães. Até a equipa de futebol não se identifica com o Vitória, mas sim com o Porto, equipa (veste-se) à Porto, chama-se F.C. Vizela e não Vitória Sport Clube de Vizela. Isto significa que ao longo dos tempos as partes, Guimarães e Vizela, aceitaram tacitamente este estado de coisas e este estado de coisas corresponde a um sentimento. Esta é que é uma realidade, social, política, económica».


Reforçando a sua teoria: «Há, em Vizela, um sentimento de independência, estruturado e enraizado nas populações. Do ponto de vista da Administração do Território, o País tem de estar atento esta a realidade, esta não pode ser uma questão fechada, nem tabú, nem imutável; tem que ser entendida como outra coisa qualquer que se gere no interesse das populações. Se dependesse da CDU, Vizela seria concelho," - disse Capela Dias.

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