A situação é lamentável e comum a vários cemitérios deste e de outros concelhos: dezenas de artigos religiosos e decorativos de sepulturas, incluindo jarras, lanternas e sobretudo flores, são roubados todas as semanas dos cemitérios de S. João e de S. Miguel das Caldas. A mais recente leva aconteceu a semana passada com maior abundância no cemitério da maior freguesia do concelho de Vizela, S. Miguel das Caldas, agora unida administrativamente à de S. João.
Várias famílias fizeram queixa do sucedido aos autarcas locais que lamentaram a situação.
O presidente da União de Freguesias de S. João e S. Miguel disse ao ddV que uma das medidas de segurança vai passar pela instalação de câmaras de vídeo nos cemitérios: "Estamos a pensar em instalar os aparelhos o mais rápido possível, primeiro no cemitério de S. Miguel e depois no de S. João" - disse José Armando Branco que se mostrou triste por estes atos de vandalismo e profanação.
"As pessoas têm sentimento profundos pelos seus ente queridos e gostam de ter as sepultaras floridas e com outros objectos de culto. É natural que se sintam defraudados com os roubos que acontecem. Para uma pessoa normal é impensável que alguém chegue ao cúmulo de roubar flores por exemplo, mas na verdade é o que mais é furtado. Depois roubam outras coisas como lanternas, lamparinas, imagens em metal, etc. Não queremos que isto continue a acontecer e vamos ter de investir em câmaras de vigilância que serão expostas em lugares inacessíveis aos larápios" - disse José Armando Branco.
SANTA EULÁLIA AMEAÇOU COM GNR
Há cerca de dois meses, um Edital da Junta de Freguesia de Santa Eulália foi afixado à porta do cemitério daquela vila e deixava o aviso de que os sucessivos roubos de flores e outros objectos das sepulturas poderia levar à intervenção da GNR caso não terminassem.
A Autarquia presidida por Manuel Pedrosa iniciou assim uma série de acções com vista a por cobro a assaltos rotineiros perpetrados no cemitério daquela vila.
Nos últimos anos o preço das flores aumentou substancialmente havendo quem chegue a desconfiar que o roubo de flores também tenha a mão de alguma alma sem pudor que as comercializa.
Mas também já houve casos em que os adereços foram roubados de umas sepulturas para outras do mesmo cemitério.
Seja como for, enquanto a vergonha (ou a fala dela) de algumas pessoas andar pela ruas da morte, é urgente tomar medidas, assim pensam os autarcas a quem cabe o zelo e a segurança dos campos santos.
Como se disse no início desta peça, estes assaltos não são apenas circunscritos a este concelho. O ano passado, por exemplo, um larápios profanador de sepulturas foi condenado pelo Tribunal de Aveiro a sete anos de prisão.