Bernardo Ferreira, é um jovem músico da Sociedade Filarmónica Vizelense, que é, também um jovem e interessado médico, na área da Medicina Física e Reabilitação.
Nos primeiros dias de Julho mais precisamente entre 3 e 7, participou em Lisboa no 16º Congresso de Medicina Física e Reabilitação (SPRM 2022), onde apresentou um trabalho cientifico na área da Reabilitação Cardíaca, trabalho esse concorrente a um cobiçado prémio, atribuído pela Sociedade Europeia de Medicina Física e Reabilitação, com representantes de diversos países europeus. (ESPRM - TRANS EUROPEAN SCIENTIFIC CONTES).
Um importante e cobiçado prémio, atribuído por esta prestigiada Sociedade Europeia e o jovem musico vizelense, em representação do nosso País, arrecadou o 2º Prémio, sendo que o 1º prémio, à boa maneira futeboleira, foi para a Alemanha.
Bernardo Ferreira é filho de José Alcino Ferreira (ex Loja do Sol) e de Ana Maria e cunhado do maestro da banda da Sociedade Filarmónica Vizelense, José Manuel Marques.
JOSÉ BERNARDO FERREIRA
NA PRIMEIRA PESSOA
O ddV pediu ao médico Vizelense que nos falasse mais um pouco de si e deste prémio:
"O meu nome é José Bernardo Ferreira. Sou Médico Interno de Medicina Física e de Reabilitação no Centro Hospitalar de Leiria desde 2019.
Encontro-me atualmente no 4º de 5 anos de Internato de Formação Especializada em Medicina Física e de Reabilitação.
Tenho desenvolvido diversos trabalhos de investigação no contexto do Internato.
Em outubro de 2021, apresentei um trabalho no congresso nacional da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação (SPMFR) que foi premiado como a melhor comunicação oral do congresso.
Em julho de 2022, apresentei o mesmo trabalho de investigação no contexto do congresso mundial de Medicina Física e de Reabilitação (ISPRM 2022), que foi simultaneamente congresso europeu e nacional. Este trabalho foi concorrente a um prémio atribuído pela European Society of Physical and Rehabilitation Medicine (ESPRM) denominado TransEuropean Scientific Contest (TESC).
Para ser concorrente a este prémio, o trabalho foi primeiramente escolhido numa fase de seriação nacional, sendo que depois a fase final decorreu no congresso, com 11 representantes de diferentes países europeus.
Este trabalho de investigação arrecadou o segundo prémio a nível europeu como representante português, sendo que o primeiro prémio foi atribuído à Alemanha e o terceiro prémio à Holanda (Países Baixos).
O trabalho de investigação apresentado (Hybrid cardiac telerehabilitation after acute coronary sydnrome: adherence predictors and outcomes) foi desenvolvido no âmbito da Reabilitação Cardíaca, sendo que o objetivo do mesmo foi estudar a eficácia do uso de uma aplicação móvel neste contexto para potenciar os resultados do programa de reabilitação cardíaca implementado a nível do Centro Hospitalar de Leiria.
Este programa de reabilitação é destinado a doentes que tiveram enfarte agudo do miocárdio e decorre a nível hospitalar, incluindo sessões de exercício físico monitorizado e sessões educativas.
O objetivo de se introduzir uma aplicação móvel é potenciar a adesão ao exercício físico por parte dos doentes em contexto do domicílio. Este tipo de programa de reabilitação denomina-se tele-reabilitação cardíaca híbrida (intervenção hospitalar aliada a intervenção domiciliária).
A aplicação móvel implementada denomina-se MOVIDA.eros e o estudo desenvolvido demonstrou que a sua utilização potencia os resultados dos doentes, nomeadamente nos índices de atividade física e na qualidade de vida. O estudo estabeleceu ainda alguns preditores de adesão a estes programas, nomeadamente o facto dos doentes diabéticos aderirem menos a este tipo de programas.
De realçar ainda que o programa de reabilitação cardíaca a nível do Centro Hospitalar de Leiria recebeu recentemente acreditação europeia pela European Association of Preventive Cardiology."