Carta do Clube da Política do PS de Vizela.
"A Fusão das Freguesias de Vizela vai manter-se? ou, aproveitando a lei vai haver discussão sobre o assunto?
O Clube da Politica do Partido Socialista em Vizela, saúda a iniciativa do Município de Esposende no sentido de sentar à mesma mesa, o executivo municipal, a mesa da Assembleia Municipal e os Presidentes de Junta das freguesias e das uniões de freguesias do Concelho de Esposende, com vista a reverter a situação da fusão das freguesias ocorridas num Governo do PSD, mas que o Município de Esposende contestou e pelos vistos contesta, o que revela sentido crítico e independência, já que, como é do conhecimento geral, este Município é da cor política dos autores desta polêmica reforma.
Ora, se como afirma o Professor António Cândido de Oliveira, uma referência nos estudos do municipalismo em Portugal e na Europa, “ a democracia local é da essência da Democracia e precisa de se afirmar como poder do Povo, pois tem havido um afastamento dos eleitores e uma falta de escrutínio”, este seria um bom momento para a afirmação de Vizela no panorama Nacional.
Lembramos a propósito que nas eleições autárquicas de 2021, houve eleições em 3091 freguesias, que eram 4259 em 2013, depois do corte à pressa feito nos governos de Passos Coelho, sem avaliar todas as consequências nos 308 Municípios Portugueses.
Em Vizela, estamos em crer, que a fusão das freguesias em uniões de freguesia, não trouxeram nada de novo e pelo contrário, destruíram a identidade construída na antiga freguesia e por isso nada como avaliar a situação para definir o papel da divisão administrativa que pretendemos, que poderá ser a da reversão ou da manutenção da situação.
Porém, uma coisa é certa, se não aproveitarmos o momento, ficamos sem saber a vontade real dos protagonistas eleitos e sem a opinião soberana do Povo Vizelense.
Neste particular, queremos enfatizar que tão grave como não conhecer a vontade dos eleitos e do Povo, é a consciência da opinião pública sobre a matéria, particularmente nos médias, onde começa a formar-se a ideia de que estão capturados financeiramente pelo município.
Fica aqui a nossa opinião sobre esta matéria, lamentamos que os Partidos continuem a viver fechados em si, tendo como consequência imediata a fraca qualidade da democracia em Vizela, e ainda, tendo em conta sua proximidade ao eleitorado, até pela natureza dos cargos que desempenham, ficarem sem perceber a as necessidades e expectativas dos Vizelenses.
Sendo certo que a maioria absoluta possibilita a vantagem de uma aparente facilidade ao nível do entendimento e da configuração de ideias, seria bom, que tal não crie exageros deturpados do exercício do poder local, revelando para ações impositivas, ou ditatoriais, ignorando os diálogos vivos, que não se traduzem em votações de quatro em quatro anos, para eleger um chefe e seus súbditos.
Até a próxima reflexão!
P'lo Clube da Política
Vítor Cunha