Caixões fechados nos funerais


A Direção-Geral de Saúde voltou a atualizar a norma que regula os procedimentos "post mortem", nomeadamente as regras dos funerais.

A urna terá que estar obrigatoriamente sempre fechada. Há quase um ano, a norma da DGS permitia a visualização do corpo por instantes se esse fosse o desejo da família. A norma atualizada esta sexta-feira impõe que o caixão esteja "sempre fechado" e que a sepultura em jazigo seja "evitada" - escreve na sua edição online o Jornal de Notícias.

Nas cerimónias, sem ser definida uma lotação, deve "ser observado, sempre que possível, o distanciamento de segurança de um metro e meio entre pessoas evitando qualquer contacto físico". Quem pertence a grupos vulneráveis, como idosos, doentes crónicos, imunodeprimidos, grávidas ou pessoas com sintomas respiratórios agudos "devem abster-se de participar". Carlos Almeida, presidente da Associação Nacional de Empresas Lutuosas (ANEL), considera que a "única" alteração da atualização é obrigatoriedade de a urna estar sempre fechada. Na maioria dos funerais, assegura, essa já era a prática recomendada, através de um caixão com um visor. No entanto, era um conselho que podia ser recusado. 

Ou seja, sublinhou, a DGS "veio dar-nos razão". Velórios permitidos A norma nada diz sobre a realização de velórios ou cortejo fúnebre. Ou seja, não há qualquer proibição, interpreta Carlos Almeida, referindo que na prática só não foi possível realizar efetivamente velórios entre março e maio de 2020 quando as igrejas estavam fechadas. 

A recomendação da ANEL é, no entanto, que sejam antes realizadas vigílias, duas a três horas antes do funeral.

 Para o presidente da ANEL as normas relativas às regras dos funerais e procedimentos "post mortem" sempre pecaram por "imprecisão". Entre as dúvidas que persistem e deveriam ser esclarecidas, aponta a possibilidade de voltar a ser permitido missa de corpo presente, já que as urnas têm de estar obrigatoriamente sempre fechadas, que a associação vai continuar a desaconselhar "à cautela". E a lotação nos velórios.

 "Principalmente no inverno as pessoas, à noite, têm tendência a ficar dentro das casas mortuárias, que são exíguas na sua maioria o que provoca ajuntamentos" não desejados em pleno pico pandémico, alerta. "A emoção é inimiga da razão e há sempre quem dê abraços e saia da bolha", assume Carlos Almeida, insistindo na necessidade de esclarecimento de todos os procedimentos para que não motivem dúvidas. 

A norma sublinha que não existem "evidência de contágio e infeção pela exposição aos corpos de pessoas que morreram com covid-19" e que a probabilidade de "emissão de gotículas ou produção de aerossóis é inexistente no cadáver". 

In JN

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