Faz hoje 24 anos que Vizela registou uma votação inédita numa eleições autárquicas.
A então vila de Vizela (S. João e S. Miguel) deu a maioria dos votos a um candidato comunista, da CDU.
Tratou-se de António Salgado Almeida, médico do Hospital de Guimarães e Centro de Saúde de Terras do Bouro e médico do Futebol Clube de Vizela clube onde foi figura muito querida sobretudo dos jovens porquanto além de médico do clube foi dirigente e chefe do departamento de futebol juvenil.
Desse tempo destacam-se os torneios internacionais de juniores em Vizela com a presença de equipas como Real Madrid, Osassuna, Oviedo, Sporting, Benfica, Porto, etc. e torneios no estrangeiro.
Nessas eleições de 1997, como raramente noutras, os vizelenses esqueceram os partidos e deram a maioria dos votos a Salgado Almeida e à CDU, reconhecendo o trabalho de um médico e amigo que nem sequer residia em Vizela mas que amava esta terra como se fosse a sua e paulatinamente foi conquistando, com a sua personalidade de pessoa de bem e de palavra (coisa rara nos políticos) o coração das gentes de Vizela da esquerda à direita.
Concorrendo à Presidência da Câmara de Guimarães, município ao qual Vizela pertenceu até 1998, Salgado Almeida foi eleito nesse ano vereador graças aos votos dos vizelenses. A vitória ao nível concelhio recaiu novamente no socialista António Magalhães mas em Vizela foi de Salgado Almeida e da CDU.
VENCEDOR
Antônio Salgado Almeida conquistou 843 votos em S. Miguel (o PS obteve 594) e 489 em S. João (o PS somou 345).
Na altura, respondendo ao extinto Notícias de Vizela, Salgado Almeida disse que chorou de alegria ao ver o resultado eleitoral em Vizela.
Para as duas juntas de freguesia da vila venceu o PS com Dinis Costa e Abílio Meneses)
Há vários anos que Salgado Almeida está radicado nos Açores (ilha de S. Jorge) a exercer medicina sem esquecer a política onde já várias vezes foi candidato da CDU.
Lá como cá também conquistou o coração das gentes locais.
Faz hoje 24 anos que Vizela deu a vitória a um candidato comunista. A primeira e única vez.
Afinal de contas a coligação que do primeiro ao último minuto, na Assembleia da República e mesmo nas terras que se opunham à criação do concelho, deu o seu apoio à criação do concelho de Vizela e incluse dispôs ao MRCV um lugar de deputado no Parlamento em datas de discussão parlamentar da reivindicação vizelense, o que não foi aceite pelo Movimento que temeu que a pretensão vizelense fosse entendida como partidarizada!