Ainda em formato digital, a reunião do Rotary Club de Vizela, presidido por José Manuel Couto,contou com a participação do casal Natália Almeida Leppen e Benjamim Leppen, para se falar sobre as necessidades de uma comunidade, localizada na Namíbia, onde se torna urgente uma resposta solidária, procurando minimizar as carências alimentares e de combate à pandemia Covid-19. A fundadora e voluntária da associação “African Unicorn”, nascida em França, filha de uma família de Felgueiras, falou sobre as circunstâncias que a levaram a trocar uma carreira no exército português, complementada por uma licenciatura em criminologia, pelo trabalho em prol de comunidades distantes. Em 2011, visitou a Namíbia em busca dos Bushmen (Bosquímanos), fascinada pela sua cultura de paz, unidade e igualdade. Apaixonou-se, então, pela Namíbia e pelo seu povo, o que a fez ir viver para este canto da África Austral, apoiando vários projetos sociais, principalmente de assistência a crianças em comunidades marginalizadas. Como teve a oportunidade de referir, “As crianças ensinaram-me o real significado de força, confiança e persistência ao longo de toda a minha vida. Mesmo quando as encontrei nas situações mais difíceis de pobreza, fome, doença ou abuso, inúmeras foram as crianças que me deram o seu sorriso. Hoje, dou-lhes a “African Unicorn”, para apoiar o poder interior que elas têm de acreditar que tudo é possível e onde os sonhos se realizam, mas, essencialmente, onde a dignidade, a proteção e o amor são incondicionais... porque acredito em unicórnios... porque acredito em crianças!". Os rotários de Vizela estudam a hipótese de desenvolverem esforços, no sentido de apoiar a ação desta associação, através do movimento “Save Namíbia”, com a finalidade de colmatar os problemas criados pela pandemia na região, que atinge números assustadores, em comunidade por si frágeis, a viver em condições de carência em vários aspetos. A própria atividade da organização, liderada por Natália Almeida, está a ter maiores dificuldades na execução dos vários programas que procura desenvolver, limitados pelas dificuldades da pandemia e agravamento da implementação de projetos nos locais. Como disse, apesar dos problemas, a “African Unicorn” não perde o seu foco e concentra-se na força do seu próprio lema: "Onde há vontade, há sempre um caminho!". A associação está empenhada em vários caminhos, nomeadamente no apoio a recém-nascidos, distribuindo fraldas, leite e roupa, a bebés nascidos em hospitais públicos, que precisem de auxílio, que é estendido às próprias famílias, que vivam em condições precárias, que recebem cabazes alimentares e artigos de higiene, entre outros. Noutra vertente de ação, Natália Almeida falou sobre as “Cozinhas da Boa Esperança”, que servem refeições diárias, cerca de cinco mil por mês, em três locais diferentes, a crianças, mais os agregados que precisem. Se for possível, a oradora disse que gostariam de aplicar este projeto às escolas públicas, as quais estão a verificar vários casos de má nutrição dos seus alunos. No horizonte, estas cozinhas fomentarão a proximidade das crianças às tarefas de cozinhar, de modo a incentivar as suas capacidades e conhecimentos. Logo que os valores angariados, através de patrocinadores, o permitam, Natália Almeida referiu que pretendem iniciar o projeto das casas de segurança, para acolhimento de bebés, permitindo acesso a alimentos e artigos inerentes à sua condição, através de apadrinhamento, de forma a encontrar alguém que faça parte da criança, ao longo da sua existência. Por fim, a voluntária abordou um outro projeto, destinado à criação de jardins de infância, destinados a crianças, com idades entre os quatro meses e os cinco anos de idade, com atenção especial para órfãos, crianças doentes e entregues aos cuidados de avós. José Manuel Couto, presidente do clube, agradeceu a participação do casal, desde a Namíbia e disse que o clube está disponível para analisar as formas de colaborar, de acordo com as capacidades do clube e as caraterísticas do movimento rotário, que procura soluções junto dos seus clubes e parceiros. Deu nota, ainda, de que os rotários estão sempre disponíveis para ajudar, dentro das suas disponibilidades e que os projetos em análise podem ser ao nível local, do país ou em locais mais distantes. No caso, como disse José Manuel Couto, o clube comprometeu-se a analisar como pode ser mais eficaz, para a situação identificada, manifestando total solidariedade para com os responsáveis pela associação, colaboradores e voluntários, com desejos de que mantenham a resiliência e a coragem necessária, para que consigam levar por diante as ações.