"A parentabilidade é para sempre" - palestra dos Rotários

(Vídeo) A afirmação (do título) pertence a Ana Carina Costa e foi proferida durante a sua palestra, da passada quarta, dinamizada pelo Rotary Club de Vizela clube presidido por Carlos Martins.


A psicóloga vizelense partilhou a sua experiência profissional, mas também a vivência pessoal, para que a plateia se questionasse sobre situações ligadas à relação materno infantil. 

Durante a reunião digital, transmitida em direto, através de Facebook, Ana Carina Costa fez questão de realçar alguns aspetos fundamentais da relação criada com os filhos, mesmo anterior ao seu nascimento. 

Designadamente, as questões de vulnerabilidade nos pais e o stress provocado a partir do momento da gravidez. A partir de uma outra afirmação marcante, de que as mães e os pais não se fazem num só dia, a psicóloga abordou a importância de uma participação solidária do casal, para que um momento de descoberta, de criação de bases de sustento para a aceitação de mudança de ritmos, de alterações anatómicas e a preparação para um novo membro na família, seja baseado numa estrutura que permita manter uma relação, que não terá férias ou reforma.

É a construção dessas bases, que Ana Carina Costa quis realçar. Para si, a adaptação da mulher ao desejo de ter um filho, passa, posteriormente, pelo momento em a gravidez acarreta diversas dimensões, que passam por momentos de identificação, do que começamos a prever que os nossos descendentes possam ser, por exemplo.

 Neste aspeto, a palestrante falou sobre os muitos exemplos que conhece, em que os pais procuram que os filhos obtenham capacidades e realizações que não conseguiram atingir. Nesta linha de apresentação, a psicóloga falou sobre o sentimento de pertença que a mãe desenvolve, pelo facto de estar grávida, fortalecendo laços com o passado, por lembranças de outros tempos, mas que sirvam para a criação de um filho perfeito, que seja um testamento vivo, que possibilite uma espécie de sentimento de imortalidade. 

O envolvimento emocional, durante a gravidez, que Ana Carina Costa considera relevante, constitui uma fase que será minimizada se devidamente acompanhada por familiares, pela existência de recursos pessoais e sociais, permitindo um parto que não perturbe, ou seja marcante de um momento que possa criar um alheamento, ele mesmo protetor da sua própria pessoa. 

A finalizar a sua apresentação, a psicóloga vizelense identificou um portal eletrónico, partilhado pela Ordem dos Psicólogos Portugueses, intitulado “Eu Sinto-me”, que procura ajudar e a esclarecer dúvidas, permitindo que a relação materno infantil seja um momento de interajuda, de recolha de opiniões sobre soluções, tendo em vista que o início de uma vida seja uma relação duradoira, pois, como disse, os filhos não podem ser motivos para um divórcio, nem pode haver divórcio com um filho ou filha.

 Durante o período de perguntas e respostas, Ana Carina Costa realçou os papéis dos avós e o comportamento destes e dos pais, para um desenvolvimento saudável dos filhos. 

Na sua opinião e dada a importância de cada um, devendo existir uma harmonia nos contributos, em que cada caso é um caso, é fundamental estabelecer fronteiras de participação, de modo a que todos ajudem, com contributos distintos e de igual forma importantes, mas que não confundam a criança.

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