Abílio Manuel Guerra Junqueiro nasceu em Freixo de Espada à Cinta, Ligares, 15 de setembro de 1850 e faleceu em Lisboa a 7 de julho de 1923. Foi alto funcionário administrativo, político, deputado, jornalista, escritor e poeta português. Foi o poeta mais popular da sua época e o mais típico representante da chamada "Escola Nova". Poeta panfletário, a sua poesia ajudou a criar o ambiente revolucionário que conduziu à implantação da República. Foi entre 1911 e 1914 o embaixador de Portugal na Suíça (o título era "ministro de Portugal na Suíça").
Guerra Junqueiro formou-se em direito na Universidade de Coimbra. Biografia Nasceu em Ligares, freguesia do concelho de Freixo de Espada à Cinta a 15 de setembro de 1850, filho do negociante e lavrador abastado José António Junqueiro Júnior e de sua mulher Ana Maria do Sacramento Guerra. A mãe faleceu quando Guerra Junqueiro contava apenas 3 anos de idade.[1] Estudou os preparatórios em Bragança, matriculando-se em 1866 no curso de Teologia da Universidade de Coimbra. Compreendendo que não tinha vocação para a vida religiosa, dois anos depois transferiu-se para o curso de Direito. Terminou o curso em 1873. Entrando no funcionalismo público da época, foi secretário-geral do Governador Civil dos distritos de Angra do Heroísmo e de Viana do Castelo. Em 1878, foi eleito deputado pelo círculo eleitoral de Macedo de Cavaleiros. A 12 de fevereiro de 1920, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico. (texto do wikipédia)
No dia 1 de agosto de 1882 a revista OCCIDENTE publicou um texto da autoria de Gervasio Lobato que refere a passagem do famoso escritor Guerra Junqueiro (foto) por Vizela, localidade onde se inspirou para adicionar à sua brilhante obra uns poemas líricos que farão parte da obra Cantos de Abril.
Escreve Gervasio Lobato
(…) Hontem á noite tive aqui no Hotel do Bom Jesus um bello encontro e
uma bella surpresa, o encontro de Guerra Junqueiro, que eu procurava em
Vianna, quando elle estava nas Caldas de Vizella, e que depois de o ter
visto pela última vez em Lisboa, há três anos, n´um estado deplorável
de anemia, achei-o agora aqui, excelente, robusto e alegre, como se
nunca tivesse estado doente.
Guerra Junqueiro passou aqui apenas doze horas com a sua esposa, no caminho de Vizella para sua casa de Vianna.
N´esses rápidos momentos conversamos por um luar explêndido, no adro do
Bom Jesus, recordámos o querido Guilherme d´Azevedo, de quem Guerra
Junqueiro quer publicar as obras completas, coligindo em volume os
explendidos folhetins, as brilhantes chronicas, que Guilherme deixou
espalhados pelos jornaes de Portugal e Brazil. (…).
Ali ao pé d´essa egreja que está a fazer o seu centenário, em um luar
branco e quente a iluminar a imensa paisagem, e os sapos assobiando nos
vallados, Guerra Junqueiro recitou-me umas estrofes colossaes do seu
poeme Jehovah, em que elle trabalha e que há-de ser o grande monumento
litterario de Portugal no século XIX, umas estrofes magníficas de
indignação, outras magistosas de troça; e disse-me também umas adoráveis
poesias lyricas, feitas em Vizella, uma carta a sua filha mais
velha, e um soberbo trecho, a Floresta, que é a descrição mais poderosa,
mais brilhante, mais movimentada que conhecemos na poesia moderna.
Estas poesias lyricas vão ser publicadas n´um pequeno volume que terá
por título Cantos d´Abril (…).
(colaboração de António Cunha)