Ronca ouviu-se novamente em Lisboa 22 anos depois

Aqueles que pensavam que a "ronca" (sirene antiga) era já uma inerte peça do Museu da Luta de Vizela enganaram-se. Ontem, em frente à Assembleia da República, os comerciantes de Vizela fizeram ouvir novamente o ronco choroso da «ronca» que a 19 de março de 1998 tocou na Capital, no mesmo espaço, no anúncio do novo concelho. A peça, que a Pesada ainda guarda religiosamente, foi entregue a Dani Dias por José Manuel Couto e ligada a um gerador emprestado pelos Bombeiros de Vizela e acabou por se tornar uma das grande atrações da manifestação


(ver vídeos que aqui se integram) que ontem à tarde juntou várias centenas de empresários e trabalhadores da restauração, entre eles vizelenses do grupo Toalha Branca e outros a título particular que quiseram unir o seu protesto a uma classe que está a passar por inúmeras dificuldades face à pandemia e aos horários impostos pelo Governo, à pesada carga fiscal, etc... Alguns dos intervenientes choraram em palco na ocasião dos discursos.

Conhecidos dj como Miguel Rendeiro e Casanova subiram ao palco e falaram de forma sentimental sobre o momento que estão a viver, tendo outros oradores da restauração, bares da diversão noturna, ponde a público os seus dramas. O incentivo partia do principal rosto destes movimentos o cozinheiro jugoslavo Ljubomir Stanisic que se tornou conhecido por um programa televisivo sobre restaurantes em decadência (antes da pandemia). Ljubomitr emocionou-se quando contou a história duma família que lhe entregou a chave do seu restaurante porque já não conseguia segurar o negócio.



No palco não faltou um caixão branco e frases de ordem sendo a principal DEIXEM-NOS TRABALHAR . Centenas de polícias estavam a postos para o que desse e viesse porém a manif foi pacífica do princípio ao fim. As intervenções eram intercaladas pelo som da ronca e frases de ordem-.

Várias centenas de pessoas  foram ali sobretudo, do norte do país, Alentejo e Algarve, respondendo ao repto lançado pelo Movimento A Pão e Água. O alvo principal das queixas foi o primeiro-ministro, António Costa. "Vocês estão a matar os que querem trabalhar", gritaram diversas vezes os 

Zé Pedro tem um restaurante em S. Paio de Vizela.

manifestantes, alguns deles com os seus negócios fechados há nove meses, como acontece com muitos bares e discotecas. A principal reivindicação dos profissionais daqueles setores, que sofrem os efeitos da pandemia do novo coronavírus e das medidas adotadas pelo Governo para conter a sua propagação, é que lhes seja permitido trabalhar nos seus horários normais. Não podendo funcionar sem restrições de horário, aqueles empresários pedem, então, melhores apoios, como a isenção de pagamento da Taxa Social Única (TSU) e apoios a fundo perdido. 

Um dos adereços mais fotografados pela comunicação social foi uma árvore de Natal apresentada pelo vizelense Arménio conta com garrafas de plástico de água e broas de pão, simbolizando o pão e água, mote da manifestação.

De Vizela partiram dois autocarros que não foram completos devido às normas que pretendem evitar a propagação da covid. Todos os manifestantes usaram alccol e máscaras, porém o recinto era apertado e não foi possível o distanciamento social.

A manifestação teve grande cobertura da comunicação social, embora a morte de Maradona tenha relegado para segundo plano esta acção que promete repetir-se novamente a norte caso António Costa não atenda aos apelos, e foram muitos, ali lançados.






 

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