Autógrafo numa bandeira de Vizela |
Inúmeros vizelenses guardam gratas recordações de Amália, mais propriamente os seus autógrafos que a fadista deu no dia 19 de março de 1998, saiam os vizelenses da Assembleia da República em festa com a maior conquista da sua história: a elevação de Vizela a concelho.
Anos atrás o Movimento para a Restauração do Concelho de Vizela fez saber que Amália Rodrigues apoiava a causa dos vizelenses por isso o encontro com a fadista, que se encontrava na varanda de sua casa na Rua de S. Bento, próximo do Palácio de S. Bento (Assembleia da República), não podia ser mais efusivo.
Agostinho Ribeiro recorda que Amália abriu a porta de sua casa e foi no vão de escadas que a fadista rubricou a sua assinatura na bandeira que surge nesta foto: «Guardo esta bandeira com muito carinho. Fiquei muito feliz. É um orgulho».
Outros lançaram bonés, t shirts e outros adereços onde Amália fez questão de rubricar o seu autógrafo.
Logo após a criação do concelho, a Comissão Instaladora liderada por Francisco Ferreira, deu provimento a uma proposta de Manuel Campelos para atribuição do nome de Amália à toponímia vizelense.
Amália no dia 19 de março de 1998 |
Amália atuou duas vezes em Vizela, uma no Parque das Termas tendo ficado célebre o facto de cantar debaixo de um guarda chuva numa noite de temporal (a artista disse que não iria defraudar os espetadores e que mesmo sem condições iria cantar e cantou mesmo)
Rua Amália Rodrigues em Vizela |
CONHECIDA EM TODO O MUNDO
Filha de um sapateiro fadista, Amália viveu sempre com o fado e foi aclamada como a voz de Portugal. Amália da Piedade Rodrigues nasceu em Lisboa, neste dia, em 1920. Dedicou a sua vida ao fado, com incursões pelo cinema. É considerada o expoente máximo do fado, aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. De um país onde este género musical tem raízes profundas, Amália tornou-se conhecida no mundo com a ‘rainha do fado’, embaixadora da cultura portuguesa. O seu contributo para a história do fado em Portugal é inestimável. Amália Rodrigues introduziu a novidade de cantar poemas de grandes autores portugueses consagrados, depois de musicados. Os maiores poetas portugueses criaram letras das músicas interpretadas pela ‘voz de Portugal’, David Mourão Ferreira, a Pedro Homem de Mello, passando por Ary dos Santos, Manuel Alegre e Alexandre O’Neill – nomes eternos da literatura portuguesa.
Cantou e encantou em todo o mundo, de Paris a Nova Iorque, de Berna a Roma, de Trieste a Dublin. Transportou a cultura lusa pelos quatro cantos do planeta e transformou-se a maior diva do fado. A 6 de outubro de 1999, Amália Rodrigues morre, em sua casa, com 79 anos. António Guterres, primeiro-ministro em exercício, decreta três dias de luto nacional. No funeral de Amália, centenas de milhares de portugueses saem à rua para prestar uma última homenagem. Amália viria a ser sepultada em Lisboa, no Cemitério dos Prazeres. Dois anos depois, em julho de 2001, o seu corpo foi trasladado para o Panteão Nacional.