Há cerca de 15 anos visitei um fornecedor de produtos químicos em Izmir na Turquia, a antiga Esmirna dos gregos. Tratava-se de uma antiga fábrica alemã vendida a um empresário turco. Chamava-se então Ak Denis que significa Mar Branco, o nome que os turcos chamam ao Mediterrâneo. Fiquei instalado num hotel a 8 km de distância nas termas de Balçova, as antigas termas de Agamenon (Agamenon, o rei que comandou s forças gregas durante 10 anos no ataque a Troia. As termas já eram conhecidas nessa época, 3200 anos atrás, descendo Agamenon aquela parte da costa da Ásia Menor para se retemperar da dureza do cerco - a história fazia parte da publicidade que apresentavam).
( Opinião do Eng. Adelino Campante).
Não tinha escolhido ao acaso pois nessa época fazia parte da Administração da CBV e pretendia ver, sem despesas para a CBV, como funcionavam outras termas.
Na realidade fiquei surpreendido com um facto. Os serviços sociais noruegueses possuíam lá um hotel e, por convénio, para lá enviavam aposentados para tratamento, em regime contínuo. Só esta colónia era suficiente para atingir o ponto crítico da exploração das termas.
Convém dizer que a Noruega equilibra as suas contas sem recorrer aos resultados da sua exploração petrolífera. Tem por isso um PIB per capita dos mais altos da Europa. Mas há outros países frios, com PIB elevado, cujos aposentados gostam de gozar o calor de locais mais temperados.
Visitei também umas termas perto de Barcelona e fiquei surpreendido que a época de maior frequência era no Inverno.
Mário Ferreira, do Douro Azul, tem sido o grande responsável pelo incremento do turismo no norte do país.
Compra barcos, faz hotéis, apresenta e organiza motivos de atração, traz turistas que normalmente não visitavam Portugal e muito menos o Norte.
No Porto, por exemplo, não se visitavam os Clérigos nem o Paço Episcopal. A organização e o pessoal nestas visitas é dele. Cria o Museu das Descobertas e arranja pontos de interesse e traz outros eventos a reboque que, anos atrás, ninguém imaginava,
Mas não é só o Porto, é toda a região do Douro, Braga, Guimarães, Viana do Castelo que lucram com o seu espírito de iniciativa.
A Vizela e aos seus hotéis não chegam nem os aposentados nem os turistas do Douro Azul. Os aposentados poderiam ser uma mais valia para as termas.
Em Vizela ou nas suas proximidades há empresários capazes de comprar o Castelo, fazer as obras e o integrar na sua cadeia hoteleira.
Não sou adepto de uma venda do edifício do Castelo. Poderia ter servido para albergar Serviços Públicos mas não foi utilizado. Reconheço que, tal como está, não tem tido serventia.
Estamos num período complicado para o turismo e indústrias afins.
Alienar o Castelo vai ser difícil. Um hotel vai fazer concorrência aos existentes.
Se ficar garantida a vinda de hóspedes que de outra maneira não chegariam a Vizela, sem concorrência direta às entidades hoteleiras existentes, diria que a alienação do Castelo começaria a ser aceitável.
Então se o valor proveniente da alienação for aplicado, não em despesas correntes, mas para uma entrada de capital na Companhia do Banhos de Vizela então a alienação do Castelo fica justificada para todos os Vizelenses.
Quando foi constituída a Companhia dos Banhos de Vizela (CBV), no último quarto do século XIX, a CMG ficou com uma participação. A sede da CBV ficou em Guimarães até aos anos 40 do século passado.
A CBV detém o Parque, o melhor espaço de lazer do concelho.
Tem ainda a exclusividade da utilização da água sulfurosa, só a água quente que se perde no rio era suficiente para manter uma piscina municipal aquecida.
Tem o estabelecimento Termal que inclui o edifício do antigo Cine Parque (em Morte lenta).
Tem o hotel que era Sul Americano e que agora, para desgosto de todos, se chama Biene Estar.
Recordo que as Termas mais frequentadas do país são as de S. Pedro do Sul. A exploração das termas tem grande importância social e económica no concelho. O município, que participa no capital da empresa exploradora, tem um papel muito ativo e fundamental.
É a olhar para o futuro que se faz gestão estratégica. É com todos, a perseguir objetivos comuns que se constrói este território. AC