Arquiteto responsável pelo novo figurino da Praça e Jardim Manuel Faria, narrou que a obra terá uma relação muito próxima com toda a identidade vizelense, nomeadamente com a sua ligação às termas e aos vestígios arqueológicos romanos deixados aquando a invasão da Península por Roma.
"Uma cidade que não tem uma praça não tem alma" parece ser esta a tónica das obras que vão revolucionar dois dos espaços mais característicos da cidade e cujos trabalhos de preparação, como a instalação ou renovação das redes de telefones, de água, eletricidade, gás e outras, já tiveram o seu início.
Filipe Costa adiantou a uma sala cheia, composta pelos rotários vizelenses liderados por Xavier de Freitas e vários convidados, que a Praça e Jardim irão fluir em si mesmas, praticamente num espaço de convergência onde se inclua também uma visão de S. Bento das Peras "por quem os vizelenses nutrem grande devoção" e com o olhar da estátua Vizela Romana para toda a Praça, onde ficará exposta, e todo o jardim.
O vizelense Eugénio Silva, autor de alguns livros históricos e de investigação sobre Caldas de Vizela, depois de dar os parabéns ao palestrante pela sua dissertação, quis saber que entidades e documentos foram consultados de forma a não serem cometidos erros históricos na execução dos trabalhos, nomeadamente com o banho quente descoberto há anos, e depois coberto novamente, na Praça da República.
Filipe Costa, remetendo qualquer resposta sobre os vestígios arqueológicos daquele local onde terão nascido as termas de Vizela para o eng. Queiroga, salientou que a sua atenção é a partir do solo. Acrescentou que as entidades competentes sobre o património português foram abordadas e vão acompanhar os trabalhos e que segundo a sua visão é preferível deixar os vestígios soterrados como estão a fazer qualquer "disparate" como a colocação de um vidro por cima tipo vitrina "que não iria resultar".
João Ilídio Costa também felicitou o orador, com quem teve há tempos trabalho em comum na sua passagem pela presidência dos Bombeiros de Vizela durante as obras que dotaram o quartel de renovada e nivelada parada, parque de viaturas particulares, lago, heliporto, teto acústico e ondulado do Museu do Bombeiro, etc., a quem perguntou o que pensava sobre uma ideia conhecida ha muumu de unir a Praça da República à Praça do Município.
O Arquiteto foi taxativo em dizer que Vizela só tem uma Praça: a da República e mais nenhuma "O que temos no Fórum não é uma Praça, de jeito nenhum. Essa hipótese de unir o Fórum com a Praça da República nunca seria pensada sequer pelo nosso gabinete técnico". Considerou ainda que alguns cenários da denominada Praça do Município como os espelhos de água e seus painéis já estavam refletidos no jardim.
O rotário António Faria opininou que o Dr. Pereira Caldas devia ser o vizelense representado em estátua junto à renovada Bica Quente em lugar do Dr. Abílio Torres.
Filipe Costa, sempre seguro das suas palavras, projetos e convicções, assegurou que os vizelenses sentirão enorme orgulho na nova centralidade da cidade de Vizela, "nada sendo descurado desde o pavimento que apresentará esboços de desenhos encontrados em azulejos romanos descobertos em anteriores escavações, passando pela valorização da bica quente, que ficará ao mesmo nível mas sem grades a tapá-la e com bancos virados para o seu interior, até à redução do trânsito "de forma a permitir às pessoas sentirem-se mais seguras e em consonância com o espaço "que naturalmente merecerá muitos comentários e opiniões diversas mas que fazem parte do nosso trabalho" - disse.
A palestra durou cerca de duas horas (por norma internacional as reuniões e festas rotárias nunca devem passar para além das 23h30), tempo que pareceu voar tal a atenção demonstrada por todos.
Xavier de Freitas, que apontou Filipe Costa como um futuro rotário, disse estar orgulho pelo Rotary Club de Vizela ter recebido uma palestra tão elucidativa e do gosto de todos aqueles que amam Vizela.