Comboio que foi retido em agosto de 1982 na estação de Vizela com frases contra Freitas do Amaral |
Depois da visita pela AD, Freitas do Amaral não esteve mais em Vizela. Os vizelenses viram sempre na sua pessoa um dos maiores opositores do concelho e o seu CDS, juntamente com Eurico de Melo (já falecido) e o Governador Civil de Braga, Ribeiro da Silva. Eram estes os três nomes mais badalados nas manifestações de rua que tiveram lugar em Vizela no início da década de 80 havendo frases escritas em cartazes, tarjas e até o comboio retido na estação de Vizela em agosto de 1982.
Com a chegada de Manuel Monteiro à presidência do CDS, abriu-se a porta à criaçaão do concelho de Vizela tendo mesmo este partido juntamente com o PS e CDU-Verdes, aprovado a riação do noo Município.
Alguns vizelense,, embora naturalmente lamentando o falecimento de Freitas do Amaral e endereçando os sentimentos à sua família (o que faz também o ddV), recorreram às redes sociais para recordarem algumas exPressões que então foram atribuídas ao extinto político no período quente da luta de Vizela.
Freitas do Amaral tinha família a residir no agora concelho de Vizela, nomeadamente na freguesia de Infias.
LUTO NACIONAL
Nascido a 21 de julho de 1941 na Póvoa de Varzim, Diogo Freitas do Amaral faleceu hoje aos 78 aos em Cascais vitima de doença.
Foi um dos fundadores - e primeiro presidente - do CDS. Era o último sobrevivente dos quatro líderes partidários que fundaram o regime no pós 25 de Abril (Francisco Sá Carneiro, Mário Soares e Álvaro Cunhal).
Em 1975 foi deputado à Assembleia Constituinte e quatro anos depois formou, com o PSD de Francisco Sá Carneiro e o PPM de Gonçalo Ribeiro-Telles a Aliança Democrática, que viria a vencer as eleições nesse ano, e no seguinte.
Não esqueceram Vizela nesta campanha tendo visitado o hospital da Misericórdia já que Sá Carneiro era muito amigo de Fonseca e Castro, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vizela.
Foi vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros do VI governo constitucional, liderado por Sá Carneiro.
Em dezembro de 1980, foi Freitas quem anunciou aos portugueses a queda do Cessna que vitimou o então primeiro-ministro, em Camarate, assumindo depois a liderança interina do executivo, assegurando a transição para o governo de Francisco Pinto Balsemão (1981/1983), em que assume novamente as funções de vice-primeiro-ministro, além da pasta da Defesa.
Causou polémica quando, tendo sido fundador do CDS, aceitou fazer parte de um governo do PS. Mas essa foi uma transição que simbolizou a sua vida.
Em 1986 foi candidato à Presidência da República, protagonizando com Mário Soares a mais disputada campanha presidencial de sempre. Foi apoiado pelo seu partido e pelo PSD, ganhando mesmo a primeira volta das presidenciais, com 46,3% dos votos. Mas Freitas aba por ser derrotado por Mário Soares (que entretanto tinha recebido o apoio do PCP), numa segunda volta que dá ao líder centrista 48,82% dos votos, insuficientes para bater os 51,18% de Soares.
Em rutura com o partido que fundara e que, entretanto, sob a presidência de Manuel Monteiro, assumira a designação de CDS/PP - Partido Popular - Freitas viria a deixar o CDS em 1992, mas dizendo - como disse toda a vida - que nunca saiu do lugar político onde tinha começado: o centro.
Entre 1995 e 1996 foi presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Causou grande escândalo por ter aceite o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros na primeira legislatura de José Sócrates, em 2005 e 2006.
Freitas do Amaral licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1963, tendo-se doutorado em 1967 - foi também professor de Direito Administrativo na mesma universidade e, em 1977, tornou-se também professor da Universidade Católica Portuguesa.
Vai ser decretado luto nacional.
- À família de Feitas do Amaral apresentamos as nossas condolências.