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| Título de Primeira página JN |
Sérgio Rodrigues é natural de Vizela e foi esfaqueado em casa do homicida cadastrado que conheceu pela Internet. Noite de sexo a quatro correu mal.
Um português de 33 anos foi morto com “mais de 40 facadas”, no passado sábado à tarde em Carbonne, perto de Toulouse, em França. O homicídio foi já confirmado pelas autoridades francesas e tudo aponta para que tenha sido cometido após um encontro sexual que terminou da pior forma.
A vítima é Sérgio Rodrigues, natural de Vizela, emigrado em França. Sérgio residia em Muret, também nos arredores de Toulouse, mas foi assassinado na casa do homicida, em Carbonne, a cerca de 25 quilómetros de casa. Embora as autoridades francesas ainda estejam a investigar os pormenores do crime, as primeiras suspeitas apontam para que tenha sido cometido num contexto de consumo de drogas após um encontro sexual a quatro.
“Fomos alertados por uma jovem do sexo feminino que disse que tinha sido morto um indivíduo por agressões com arma branca”, revelou Dominique Alzeari, procurador do Ministério Público de Toulouse. No apartamento, as autoridades confirmaram a veracidade da denúncia e prenderam “um homem, dono do apartamento, que se descreveu como o autor material do crime”, acrescentou o procurador.
O autor do homicídio é um cidadão de 38 anos, francês. Às autoridades, o homem contou que ele e Sérgio tinham estado num encontro sexual com duas jovens francesas, de 21 e 26 anos. A meio da noite as raparigas saíram e os dois homens ficaram. Já depois das jovens saírem, os homens tiveram relações sexuais e, por motivos ainda não explicados, tudo descambou. O motivo concreto das agressões não foi adiantado pelo Ministério Público de Toulouse.
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| Publicação francesa a primeira a difundir a notícia em França. |
Quando os bombeiros chegaram ao local, perto das 14 horas, Sérgio já estava morto em cima de uma poça de sangue, com o corpo irreconhecível. A cena do crime foi selada para investigações e o autor do homicídio foi preso. Vai aguardar pelo julgamento na cadeia. Depois de matar Sérgio Rodrigues, que tinha conhecido dois dias antes num site de encontros pela Internet, o homicida ligou às raparigas para se desfazer das facas e roupas de Sérgio. Só que estas alertaram a Gendarmerie Nationale, autoridade militar francesa, equivalente à GNR portuguesa.
As autoridades disseram ainda que o autor do crime já foi condenado a 23 anos de cadeia por outro homicídio, ocorrido em 2003, na sequência de ter esfaqueado o ex-namorado até à morte. Na altura tinha apenas 17 anos. Em 2007 foi proferida a sentença de 23 anos dos quais cumpriu apenas 15, tendo saído há cerca de dois sob supervisão judicial. Foi nessa altura que se mudou para o número sete da rua Jean-Jaurès, em Carbonne, onde tudo aconteceu.
A família de Sérgio reside em Santo Adrião, concelho de Vizela. A mãe já viajou para França para tratar das cerimónias fúnebres e tentar perceber as circunstâncias em que aconteceu o homicídio.
Sérgio Rodrigues
33 Anos
Vizela
Sérgio Rodrigues estava emigrado em França há mais de dez anos, disse um familiar, ao JN. A família é de Santo Adrião, Vizela, embora Sérgio tenha vivido também em Tagilde e Santa Eulália, no mesmo concelho. Era solteiro, mas deixa uma filha de nove anos.
Homicídio agravado
O Ministério Público de Toulouse confirmou que a acusação vai ser de homicídio agravado, pois todos os indícios apontam para esse crime. Ontem à tarde foi presente ao Tribunal de Toulouse e voltou para a cadeia, onde vai aguardar julgamento.
Versão inconsistente
O procurador Dominique Alzeari revelou que o assassino confessou de imediato o crime mas “alguns pormenores da versão contada são inconsistentes com as descobertas das investigações”.
Sangue espalhado
“Foram encontradas várias feridas no corpo da vítima, muitas das quais fatais, e a cena do crime, nomeadamente sangue, está espalhado por vários lugares do apartamento”, disse o procurador Dominique Alzeari.
Jovens libertadas
As duas jovens que estiveram no encontro sexual com a vítima e o homicida foram presentes ao Tribunal de Toulouse, mas foram libertadas e vão ficar em liberdade enquanto aguardam pela conclusão da investigação.