No domingo foi dia de festa junto à bonita igreja de Santa Eulália. O Café do Adro e a Adega Cala o Bico, ali sediados e fundados em 1968 por Joaquim Ferreira de Brito Peixoto, duas casas de referência no concelho de Vizela ainda sob a gerência de descendentes do fundador, comemoraram as Bodas de Ouro. Desde a classe política, à religiosa, passando por familiares, clientes e amigos, todos festejaram. Duas placas comemorativas foram descerradas em memória de quem serviu e fundou aquelas distintas casas de convívio.
No decorrer da homilia da missa que a família mandou celebrar pelos saudosos Joaquim Peixoto, Francisco Peixoto, Luís Martins e Rogério Monteiro, o padre José Lemos, com a boa disposição e o à vontade que se lhe são reconhecidos, contou um segredo: «Quando eu estava em S. Tomé de Negrelos a paroquiar, há uns 36 anos, ouvi dizer muito bem do Cala o Bico. Pouco antes de vir para esta freguesia vim aqui com um grupo de amigos beber um copo e conviver. Pedi um chapéu emprestado para entrar disfarçado não fosse alguém pensar que o padre que iam receber andava de taberna em taberna». Os presentes na igreja não deixaram de rir com esta passagem do seu pároco.
Para o sacerdote, Joaquim Peixoto foi um homem arrojado e destemido ao fundar há 50 anos atrás dois espaços de convívio que são orgulho da vila de Santa Eulália.
No final da Eucaristia, do púlpito, Sílvia Peixoto (filha de Emília Peixoto que gere atualmente o Cala o Bico e até há uns tempos atrás tinha a colaboração do seu marido o saudoso Rogério Monteiro e irmã de Rui Patrício que gere o café do Adro com sua esposa Maria Manuela Silva), salientou que o espírito do seu avô ao fundar os dois estabelecimentos era fortalecer a amizade entre as pessoas e que o desígnio do Cala o Bico e do café do Adro, fazendo jus ao seu fundador, ainda se mantém meio século depois.
Joaquim Meireles (vice presidente da CMV), Emília Peixoto, Manuel Pedrosa (pres.Junta) e Padre José Lemos. |
"COME E BEBE E CALA O BICO"
Uma das características da simpática e numerosa família Peixoto (nasceram 21 irmãos, hoje são apenas oito) é a sua contagiante alegria e boa disposição. Quem conheceu o fundador Joaquim Peixoto diz que era muito animado e tinha sempre resposta pronta na ponta da língua. E com aqueles clientes com quem tinha mais confiança sempre lhes dava um recado-conselho: "Come e bebe e cala o bico". Foi daí que uns foram dizendo aos outros: «Vamos ao cala o Bico»...e o nome pegou já lá vão 50 anos. Esta casa continua a servir comida regional e bons vinhos enquanto o café do Adro, o mais antigo da hoje vila de Santa Eulália, continua a ser um local privilegiado de encontro de muitos eulalenses e forasteiros.
A festa contou com a presença de um grupo de concertinas e dos Grupo Sedarf tendo todos cantado os parabéns a duas casas que fazem parte da história eulalense.