Agrupamento de Escolas de Caldas de Vizela na Roménia

Foi num abrir e fechar de olhos que os dias entre 18 e 25 de Março passaram e deixaram um número infinito de boas recordações, tudo porque ao abrigo do projeto Erasmus+ Ka2, “Digital Integration in the Classroom Courses”, a Escola Secundária de Caldas de Vizela esteve presente na primeira partilha de experiências, LTT (learning Teaching and Training) em Corábia, no sul da Roménia, que envolveu alunos e professores dos sete países que fazem parte do projeto: Lituânia, Portugal, Espanha, Itália, Roménia, Grécia e Turquia.

Representaram a Escola Secundária a aluna Ana Rita Monteiro, do 11º ano, e a professora Maria José Ramos. A Ana Rita apresentou um Calendário Ecológico com as doze espécies animais em risco de extinção em território português.


A agenda de trabalhos foi forçada a alterações inesperadas dado o encerramento oficial das escolas e quase certo corte das estradas devido ao forte nevão que se abateu sobre a zona sul da Roménia. O “susto” de ficarmos retidos nas estradas, algures dentro dos 167 km que nos separavam da capital levou a que o regresso a Bucareste acontecesse um dia antes do previsto. No entanto, e apesar do frio, esta alteração foi a chave de ouro para visitar uma cidade de branco vestida. A “Equipa Ibérica” manteve-se unida e optou por partir à aventura e explorar as belezas de Bucareste, apesar das ruas cobertas de branco e da neve que continuava a cair. Regressámos ao hotel, com os pés ensopados em água da neve que começava a derreter nas ruas, cansados mas satisfeitos com a beleza de Bucareste.

Na nossa curta viajem constatámos os enormes contrastes entre a riqueza e os luxos da capital e a aparente pobreza da zona onde ficámos. Não há comboio a ligar Bucareste a Corábia, apesar de aí existir uma estação abandonada com três linhas de carris, que atravessámos para ir espreitar o Danúbio, que nada tinha de azul no dia em que o fomos ver. Também não há autocarros e a nossa viagem de 167 km entre Bucareste e Corábia, foi feita num mini bus, ou seja, uma carrinha com capacidade para uns 20 passageiros, com as nossas malas no estreito corredor por não haver lugar no porta-bagagens. Quatro horas de uma interminável viagem por uma estrada de apenas duas vias, estreita e quase sempre em linha reta, ladeada de campos até perder de vista e com filas intermináveis de camiões TIR em sentido contrário. As poucas e pequenas povoações por onde passámos caracterizavam-se pela pequenez das suas habitações e pelo aspeto de abandono de muitas outras. Mesmo algumas, bastantes, das habitadas, porque tinham luzes acesas e carros à porta, pareciam estar a cair aos pedaços. A Ana Rita várias vezes comentou que lhe traziam à memória as casas de Chernobyl. Perguntámo-nos várias vezes sobre o porquê de não existir uma autoestrada a ligar as duas cidades.
Maria José Ramos

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