Dois
espetáculos, um debate, conversa
pós-espetáculo e um Open Day no INAC
CCVF apresenta nova
edição do Circus Arts Weekend a 10 de março
No
próximo sábado, dia 10 de março, o Centro Cultural Vila Flor (CCVF) transforma-se no
epicentro do Circo Contemporâneo, um universo artístico com uma vitalidade
crescente e uma enorme capacidade transformadora. Depois de uma bem sucedida
edição zero, o Circus Arts Weekend instala-se no CCVF ao terceiro mês do ano.
Composto por dois espetáculos, um debate, conversa pós-espetáculo e um Open
Day no Instituto Nacional de Artes do Circo (INAC), este mini programa
pretende ajudar a impulsionar o ressurgimento do Novo Circo em Portugal, com
a inclusão do público e profissionais das artes performativas num plano de
relação direta.
Esta
edição reserva-nos um programa tão desafiante e completo quanto possível com
a nova criação da Erva Daninha, “1.5ºC Ponto de Equilíbrio”, em estreia
absoluta, e o regresso da seminal companhia de Aurélien Bory, Cie 111,
com o clássico “Plan B”, que se
junta ao público para uma conversa informal no final do espetáculo. A
acrescer a estas apresentações, decorre um debate nesse mesmo dia à tarde no
Palácio Vila Flor, que pretende abordar temáticas de desenvolvimento do Novo
Circo em Portugal, tendo por base a importância da formação e do trabalho em
rede no setor em questão. Finalmente, importa relevar a nova colaboração com
o Instituto Nacional de Artes do Circo (INAC), que promove um Open Day nas
suas instalações e marca presença no debate para a discussão sobre o trabalho
a fazer na formação de profissionais da área. Releva-se, assim, o presente e
o futuro desta arte
em Portugal e na Europa.
O programa arranca a 10 de março
com um Open Day, entre as 10h00 e
as 13h00, com entrada livre para todos os públicos, promovido pelo Instituto Nacional de Artes do Circo
(INAC), em Vila Nova de Famalicão, que este ano se associa ao CCVF no âmbito
do Circus Arts Weekend. Uma oportunidade para experimentar as várias
disciplinas do circo contemporâneo, orientadas por professores
qualificados, num dos melhores espaços da península ibérica. Esta ação
prática demonstrativa permitirá ao público sentir emoções passadas pelos
artistas quando estão em palco e assim melhor compreender a força
criativa desta arte em ressurgimento em Portugal.
As atividades prosseguem às
16h00, no Palácio Vila Flor, com um debate/conferência
centrado no renovado panorama do Novo
Circo em Portugal. Uma vez por ano, em Guimarães, os profissionais,
estudantes e outros envolvidos neste universo artístico são convocados para
discutir aspetos importantes que contribuam para o desenvolvimento desta arte
em território nacional e sua expansão além fronteiras. Desta vez, coloca-se o
foco na formação e trabalho em rede, juntando o INAC e alguns programadores
desta área em ressurgimento. Este debate é, como sempre, aberto a todos e de
acesso livre.
O primeiro espetáculo, aqui
apresentado em estreia absoluta pela companhia Erva Daninha, surge pelas 18h30 no Pequeno Auditório do CCVF. “1.5ºC Ponto de Equilíbrio” é um solo
de circo contemporâneo, com malabarismo, manipulação de objetos e equilíbrios
onde o espaço, o ambiente e o som transportam-nos numa viagem de desafios e
surpresas. No limiar da sobrevivência, um ilhéu tenta resistir à solidão. Com
os últimos recursos naturais e com a agilidade do seu último habitante, este
pedaço de terra adapta-se, transforma-se e renova-se. Uma reflexão sobre a
poluição dos oceanos através da relação de um homem com os seus objetos e
ambiente, numa ilha onde o plástico e a água se confundem. Nesta pequena
ilha, o cenário e a ação refletem a fragilidade e equilíbrio dos
ecossistemas, a poluição e as alterações climáticas.
À noite, a partir das 21h30, o
Grande Auditório do CCVF recebe o icónico
espetáculo “Plan B”,
criado por Aurélien Bory e Phil
Soltanoff em 2003.
“Plan B” é o
segundo espetáculo de uma trilogia, da companhia francesa Cie 111, que
explora as várias
latitudes do nome que o batiza. “Plano B” como o plano alternativo a um
projeto falhado, mas também do ponto de vista da significância espacial e
geométrica. Toda a criação é desenvolvida em torno do cenário que consiste
numa superfície plana inclinada que joga com a barreira física da gravidade,
sendo a narrativa comunicada de forma visual e sonora. Uma história que tanto
tem uma exuberância abstrata como revela as caraterísticas mais simples e
inocentes do ser humano: a confrontação com um problema, a descoberta de uma
solução, o aprimorar dessa resolução e depois um outro problema, a saturação.
Assim, a audiência encontra sempre uma relação com a peça – a identificação
com o quotidiano. A identificação com a própria vida. No final da
apresentação, Aurélien Bory protagoniza uma conversa pós-espetáculo que promove o encontro do público com os
artistas.