Notícia Observador
Um terramoto de magnitude 4,9 foi registado esta segunda-feira no centro do país, confirmou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. O sismo teve origem a oito quilómetros de Arraiolos e a 16 quilómetros de profundidade às 11h51.
Ao Observador, fonte dos Bombeiros Voluntários de Arraiolos também avançou que ainda não lhes chegou nenhuma participação de estragos. “Até ver, ainda não temos conta de nada. Não temos nenhuma chamada”, confirmou a mesma fonte. Os bombeiros voluntários de Elvas também avançaram que as escolas daquela região foram evacuadas, apesar de não terem sido afetadas pelo abalo.
António Calhau, dono do Restaurante O Alentejano, no centro do Arraiolos, conta que sentiu “uma vibração muito grande, muito grande mesmo”. “O balcão tremeu e as pessoas que tínhamos aqui no restaurante saíram”, diz ao Observador, acrescentando que “com 56 anos devida nunca tinha sentido um tremor de terra como este”. Ainda assim, só houve susto, não estragos nem feridos — e os clientes já voltaram às mesas. “Já cá estão todos. Agora estamos aqui no comentário”, conta.
Não foram registados quaisquer danos materiais, apesar de alguns habitantes em Montemor-o-Novo (a 25 quilómetros da origem do sismo) terem ficado sem eletricidade. Isso mesmo foi confirmado ao Observador por Daniel Simões, adjunto de comando dessa corporação. Além disso, receberam chamadas com perguntas às quais não podem ter resposta. “Ligaram várias vezes a perguntar se vai haver réplicas, mas isso é impossível saber”, refere.
De acordo com os registos sísmicos, este é o maior terramoto registado em terra em Portugal desde há pelo menos um ano. A 16 de agosto de 2017 um terramoto de magnitude 5,1 teve origem no mar, ao largo da Graciosa (Açores) e outro com magnitude 5,3 foi sentido pouco antes, em maio, perto do Corvo (Açores).
De acordo com Serviço Geológico dos Estados Unidos, que também registou este sismo, um terramoto com esta magnitude “normalmente é sentido, mas apenas causa danos menores”. Em média, um sismo com esta magnitude é registado 30 mil vezes por ano. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera classificou este sismo com de intensidade IV na escala de Mercalli na região de Elvas. Isso significa que, segundo esta escala que mede os efeitos provocados em infraestruturas pelos sismos, foi moderado: “Os objetos oscilam e a sensação é semelhante à de estar mesmo ao lado de um veículo pesado em movimento. Os carros estacionados também se mexem”.
Os sismos ocorrem quando há uma libertação de energia acumulada nos materiais que compõem a crosta terrestre. A maior parte dos sismos em Portugal acorrem na zona sul do Algarve, mas sobretudo a sudoeste do cabo de São Vicente. Nos últimos 40 anos verificou-se “alguma aglomeração sísmica na zona de Évora, na zona litoral entre Santarém e Coimbra e a este da Costa Vicentina”, explica o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Ainda assim, os cientistas dizem que “é pouco provável” que o número de sismos tenham aumentado em Portugal: “O que aumentou consideravelmente nas últimas dezenas de anos foi a capacidade técnica de deteção sísmica e o número de equipamentos sísmicos."
Em Vizela o sismo foi pouco sentido.