Do autor:
Honra-me e regozija-me que o Dr. Carlos Guimarães tenha aceitado fazer o prefácio do meu livro. A quem publicamente agradeço Espero que o livro esteja ao nível dos seus elogios.
Levantando um pouco do véu do livro e do prefácio transcrevo uma pequena parte;
Tal como ele diz:
"Os prefácios também são para serem lidos."
" (... ) A dinâmica deste livro desenrola-se na atualidade, entre o Litoral e o Interior, entre Lisboa e a Beira Alta, trespassando os últimos setenta anos de Portugal, revelando-nos todos os factos importantes deste curto período da história. Escrevem-se diálogos, monólogos e pensamentos agitados pela batuta dos bons escritores. António Veiga escreve-o como ninguém o fizera antes. Num momento, estamos a meditar sobre as venturas e desventuras da medicina, a podridão, a corrupção, o poder asqueroso e os afetos, e logo adiante somos confrontados com cruel realidade da violência e o desrespeito pelos professores dentro e fora da sala de aula. Um drama ignorado pela classe política que desgasta e limita o ser professor no século vinte e um. Momentos antes, o autor envolvia-nos na nostalgia daquele ato tão simples e simbólico como escrever e enviar uma carta, ou de cortar o envelope para a poder ler, devorando o texto com todo o sentimento que tantas vezes ele transportava. Cartas que uniam famílias, homens, mulheres e crianças separadas na distância do espaço e do tempo. Da mesma forma que se concentra na necessidade ancestral e intrínseca do ser humano em voltar às origens, à terra mãe, pessoas empurradas para fora pela força da miséria e da fome, sem que a terra se quisesse livrar dos seus filhos. Vidas separadas ontem e hoje, vidas construídas ao longe, para lá dos montes e da estrada sinuosa que os serpenteia, culminando num Interior desertificado, ao abandono, onde crescem eucaliptos como células malignas que ardem e ceifam vidas.(...)"