Segundo o especialista em Ortopedia e Traumatologia Desportiva, responsável pela Cirurgia Ortopédica do Sporting Clube Portugal e pela Unidade Joelho do Hospital Sant`Lago do Otão, a artrose, osteoartrose ou osteoartrite são nomenclaturas que designam esta doença que atinge predominantemente o sexo feminino, e cujas queixas principais são a dor e a rigidez articular, podendo, ao longo da sua evolução, causar deformidade nas articulações afetadas.
A artrose é uma doença multifatorial que tem na sua origem fatores genéticos, bioquímicos, metabólicos e mecânicos e resulta de um desequilíbrio entre o ritmo de renovação da cartilagem e o ritmo do seu desgaste.
Surge, muito frequentemente, associada ao envelhecimento e ao desgaste natural das articulações, mas é também consequência de fatores de risco como o excesso de peso e a obesidade, assim como a subreutilização de determinadas articulações, seja por motivos relacionados com a atividade profissional ou com a prática intensiva de determinadas modalidades desportivas.
“No desporto, e na alta competição é normal encontrarmos atletas com processos de artrose, principalmente no desporto de contato (futebol, rugby, basquete, andebol…). Nos atletas mais velhos e naqueles com antecedentes de traumatismos de repetição a incidência é maior”, esclarece Pedro Pessoa.
A intensidade da dor, a rigidez das articulações, o inchaço e a limitação funcional nos gestos mais simples condicionam a vida diária e afetam significativamente a qualidade de vida dos doentes que sofrem de osteoartrose. Apesar de a dor, de natureza mecânica, aliviar em repouso, os doentes deverão tentar fazer algum exercício físico ligeiro ou moderado, no sentido de manterem a funcionalidade articular. Ficar parado não é a melhor solução até porque tal iria favorecer o ganho de peso que, por sua vez, iria agravar a doença articular. Aliás, na campanha este ano lançada pela World Arthritis Day reforça precisamente a mensagem de não ficar parado perante a dor. “The future is in yor Hands” é o mote desta campanha.
“Na população em geral a prevenção é importante, e devemos privilegiar o controlo do peso, a promoção uma atividade física regular e aconselhar a toma de antiartrósicos”, adianta o especialista. “Como tratamento conservador e na fase inicial da artrose, podemos recorrer aos anti-inflamatórios, fisioterapia, descarga do peso com ortótese e/ou canadianas, infiltração com corticoide, mesoterapia e/ou viscosuplementação com ácido hialurónico. Mais tarde, e depois de esgotarmos todas as alternativas do tratamento conservador, a cirurgia será a opção natural para tentarmos melhorar a qualidade de vida do nosso doente”, sublinha.