1. Não corresponde à verdade a afirmação de que as bactérias multirresistentes provêm do concelho de Guimarães, nem tal afirmação pode ter sido respigada do estudo recentemente elaborado por um grupo de investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto.
2. Sem que se apure qual a origem das bactérias multirresistente, não se poderá avançar com conclusões sobre sua proveniência.
3.O que resulta do supra referido estudo é que se verificou um aumento progressivo da concentração microbiana, ao longo do curso do Rio, resultante da crescente pressão antropogénica, das atividades agropecuárias, industriais e das Estações de Tratamento de Águas Residuais.
4. Não é verdadeiro nem rigoroso dizer-se que o rio Ave sofre uma acentuada contaminação microbiológica à entrada de Guimarães. De facto, o ponto de amostragem B, situado na praia Fluvial da Rola, refere-se a um trecho do Rio Ave que constitui a linha de fronteira com o concelho vizinho da Póvoa de Lanhoso.
Acresce referir que a jusante do referido ponto, o Rio Ave percorre cerca de 3 km em território exclusivo do Município da Póvoa de Lanhoso e 6km separando os dois concelhos, até entrar plenamente no concelho de Guimarães, junto à ponte Românica de Donim, tendo, assim, percorrido 9km, desde o referido ponto de amostragem até entrar exclusivamente em Guimarães.
5.O ponto de amostragem com maior concentração microbiológica situa-se na Azenha Velha, concelho de Vila Nova de Famalicão, a jusante de uma ETAR de grande dimensão. Foi precisamente neste local, onde foram encontradas 4 estirpes de E.coli multirresistentes.
6. A Agência Portuguesa do Ambiente assumiu o compromisso de instalar amostradores passivos no Rio Ave, para monitorizar qualitativamente a água do rio, sendo que a Vimágua disponibilizou os seus recursos técnicos e humanos para colaborar ativamente neste processo.
7. A Empresa Águas do Norte S.A., entidade responsável pelo tratamento das águas residuais nas ETAR da bacia hidrográfica do Ave vai desenvolver um estudo em articulação com instituições universitárias, com o intuito de identificar a origem das bactérias multirresistentes.
8. A Saúde Pública, na pessoa da Exma. Senhora Delegada de Saúde, Dra. Elisabete Machado, já fez saber através de ofício dirigido à Vimágua:
[…]No caso da rede que fornece o concelho de Guimarães/Vizela, o histórico do controlo feito pela Entidade Gestora do abastecimento e da vigilância sanitária efetuada por esta USP, mostra incumprimentos muito pontuais, e logo corrigidos, conforme as boas práticas impõem […] não é do conhecimento desta Unidade de Saúde Pública a ocorrência de casos de doença causadas especificamente por estes agentes.
[…] Com o conhecimento atual das condições em que processa o abastecimento da água para consumo humano, no concelho de Guimarães/Vizela, após tratamento não é do nosso parecer que a água disponibilizada aos consumidores, atualmente, constitua risco iminente para a saúde pública.
9. A Vimágua reforça que a água que distribui à população dos Municípios de Guimarães e Vizela é segura e de boa qualidade, comprovada pelos resultados da monitorização diária efetuada desde a captação até à torneira do consumidor.
Em face do exposto, estamos ao dispor para o esclarecimento de quaisquer dúvidas, através dos meios de contacto habituais.
Vimágua, 31 de maio de 2016
O Presidente do Conselho de Administração
Armindo Costa e Silva