No âmbito académico, alunos da Universidade do Minho realizaram um estudo com a orientação e supervisão de professores do Departamento de Matemática e Aplicações, do pólo de Azurém – Guimarães. O objectivo do trabalho foi conhecer a intenção de voto, nas eleições legislativas de 2015, no distrito de Braga.
Foi estabelecido um processo de amostragem, em que a amostra foi estratificada por concelho, por género e por faixa etária. Esta decisão teve como base os dados do Censos 2011, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística. Sabe-se, por exemplo, que a população do distrito de Braga apresenta diferenças relativamente à distribuição por género sendo que, a proporção de indivíduos do sexo feminino é de 51,92% e 48,08% do sexo masculino.
Decidiu-se retirar do estudo, devido à sua pequena dimensão, os concelhos com menos de 3% de habitantes do distrito: Amares, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Vizela.
A amostra aleatória foi estratificada (ou por quotas) por 7 concelhos (Barcelos -16,6%; Braga 24,9%; Esposende 4,8%; Fafe – 6,8%; Guimarães – 21,8%; Vila Nova de Famalicão – 18,1% e Vila Verde – 7,0%), por género e idade (faixa etária).
Considerando os 7 estratos, a população inicial foi constituída por 726616 indivíduos. Com o erro máximo inicial da amostra de 4,70% e para uma confiança de 95%, obteve-se uma amostra de dimensão 435. No entanto, apenas 441 entrevistas foram validadas (o erro máximo da amostra foi de 4,67% para um intervalo de confiança de 95%).
O processo de selecção da amostra foi por entrevistas telefónicas que se realizaram entre as 15h do dia 17 Setembro (dia do debate radiofónico entre o Dr. Passos Coelho e o Dr. António Costa) e as 21h do dia 21 de Setembro de 2015, a uma população com 18 anos ou mais, residentes no distrito de Braga e em lares com telefone fixo. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e, em cada agregado familiar, o entrevistado foi a primeira pessoa a atender o telefone ou, no máximo, uma segunda pessoa se a primeira não cumprisse os critérios.
Não se explorou com detalhe algumas medidas estatísticas próprias de um procedimento deste tipo como o erro de ajustamento, o erro de amostragem, o erro de cobertura, o erro de inferência, o erro de medição, o erro de não resposta, o erro de processamento, a validade, …
O resultado deste estudo é uma estimativa, como tal, tem erros associados. Contudo, chama-se a atenção para dois erros característicos neste tipo de abordagem. O primeiro (erro de medição) consiste na omissão no estudo do voto nos pequenos partidos ou partidos extremistas, ou os abstencionistas. O segundo é a estabilidade das intenções de voto, isto é, nada garante que as intenções de voto no período do estudo correspondam exactamente ao voto nos dias das eleições.
Guimarães, 22 setembro 2015
Nota: Este estudo tem autorização da presidência da ECUM para ser divulgado e foi depositado na ERC.
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Paulo Alexandre da Silva Pereira Departamento de Matemática e Aplicações
Universidade do Minho
Campus de Azurém
4800 - 058 Guimarães