Júlio César Ferreira, presidente da direção, sintetizou os 71 anos da Casa do Povo de Vizela, salientando a redução de apoios municipais. O Presidente da Câmara prometeu rever nos Paços do Concelho esta situação com o presidente da instituição aniversariante.
INTERVENÇÃO DE JÚLIO CÉSAR
«A Casa do Povo de Vizela, festeja hoje,71 anos de existência e seria perfeitamente natural que, a exemplo de anos anteriores, evocasse o seu passado.
Porém, não obstante toda riqueza do seu passado e a memória das pessoas que por aqui passaram, nos mereçam a mais profunda gratidão e reconhecimento, hoje preferimos centrar as nossa atenção no presente, com vista a projetarmos o futuro, não só desta Instituição de Utilidade Pública, mas de toda a nossa comunidade e por consequência de toda a região de Vizela.
E falar desta instituição e da nossa comunidade, obriga a que falemos de associativismo. E falar de associativismo, nos tempos que correm é, para além de temerário, algo que nem sempre é bem compreendido.
E se até ao 25 de Abril, Vizela tinha somente 6 ou 7 coletividades, mesmo após esta data, poucas mais apareceram (se calhar por causa do escasso ou nulo apoio concedido pela edilidade de então) pelo que, só após a restauração do Concelho de Vizela, é que as associações em Vizela foram aparecendo e crescendo, o que é extremamente salutar e digno de registo, uma vez que é pelas suas associações que se reconhece o vigor e a riqueza de qualquer comunidade.
Conhecedores dessa riqueza e do valor que representam, a Câmara Municipal de Vizela, nunca regateou o seu apoio, embora tenhamos que reconhecer que, nos últimos tempos, mercê talvez, da conjuntura económica que estamos a viver, esse apoio seja menos significativo.
E porque nos últimos dias têm chegado até nós, (logo após publicação pela comunicação social dos apoios concedidos pela CMV), ecos de alguma deselegância provenientes de mentes não muito brilhantes e que, por os considerarmos injustos, descabidos e ingratos, sentimo-nos na obrigação de fazermos um pequeno, mas necessário exercício comparativo.
E embora não seja muito ético estabelecer comparações, a bem da verdade, algumas dessas comparações, são pertinentes, necessárias e, certamente, elucidativas.
A Casa do Povo é uma das mais antigas associações de Vizela e se isso por si só, não lhe dá mais direitos que qualquer outra, a verdade é que aquilo que promove, aquilo que faz, aquilo que oferece, aquilo que representa, deveria garantir-lhe um estatuto que, por vezes, é esquecido e até vilipendiado.
Vivemos neste edifício desde 1956. É um edifício que foi mandado construir por dirigentes que nos antecederam, sendo por isso pertença nossa, como nossa é toda a sua manutenção, desde á mudança de uma simples lâmpada, até à pintura das suas paredes interiores e exteriores, à preservação da sua cobertura e á pintura ou conserto dos seus muros circundantes. Assim como é de nossa responsabilidade todo o custo com água, gás e energia elétrica, o que acarreta gastos consideráveis e que muitas outras instituições a quem lhes foi atribuído (e muito bem!) instalações em edifícios que se encontravam devolutos e que cuja manutenção, apoio e preservação, é feita pelos serviços camarários, estão isentas.
Daí acharmos que os subsídios atribuídos à Casa do Povo de Vizela – e queremos aqui recordar que em 2013 não nos foi atribuído qualquer tipo de subsídio! – não são excessivos, bem pelo contrário, não só pelas causas atrás referidas, mas também pelo rico e ambicioso plano de atividades, que no ano 2014, foi cumprido na íntegra, de forma soberba, exemplar, única e que não se queda somente pela comemoração, mais ou menos vistosa, do seu aniversário. Acresce além disso que, esta associação continua a abrir as suas portas a toda a comunidade vizelense, sempre que para tal seja solicitado, o que, nestes primeiros dois meses do ano, aconteceu já por duas vezes.
Não comparamos os feitos das várias associações, nem comparamos os subsídios atribuídos a qualquer delas. Não seria elegante, nem ético, mas não podemos deixar de reparar que, desde 2011, altura em que esta direção tomou posse, estes subsídios têm vindo a cair de forma progressiva (recordando novamente que em 2013, não nos foi atribuído qualquer subsidio) o que nos deixa apreensivos e mim próprio com um crescendo sentimento de culpa.
2014 foi um ano soberbo em termos de realizações das nossas secções culturais e desportivas.
O Ténis de Mesa, que recordemos, foi relançado no primeiro mandato desta direcção em 2011, fez uma campanha fantástica que culminou, já este ano, com a vitória inédita dos nossos Juniores, vencedores do Campeonato Regional de Braga, assim como o feito extraordinário dos Seniores que se sagraram vice-campeões, com os mesmos pontos do campeão.
As Damas Clássicas alcançaram feitos notáveis e muitos são os troféus que trouxeram para a nossa galeria, galeria essa, que pode ser visitada por todos, quando e como quiserem. O BTT, não deixou os seus créditos por mãos alheias, levando o nome desta casa e de Vizela a muitas paragens deste país. Mas não só em termos desportivos a Casa do Povo elevou o seu nome. Também em termos culturais, quer através do Grupo de Cavaquinhos (que cometeu a proeza de atuar por 18 vezes em 2014) quer o Grupo de Reis, também muito contribuíram para o engrandecimento desta casa.
Por tudo isso e como já se tornou habitual nestas cerimónias, vamos agraciar algumas pessoas, entregando a cada uma delas, diplomas de reconhecimento, testemunhando desta forma a gratidão desta direção.
E sem delongas chamaria:
Xavier de Freitas – Responsável pela secção Grupo de Reis
Luís Leite – Responsável pela secção Damas Clássicas
José Manuel Vilela – Responsável pela Secção BTT
Manuel Clemente – Responsável pela secção Grupo de Cavaquinhos
José Batista – Responsável pela secção Ténis de Mesa
Termino agradecendo, uma vez mais, a presença de tão ilustres convidados, que dão a este aniversário um lustro imerecido, mas que muito nos satisfaz e orgulha.
Muito obrigado»