Os You Can’t Win, Charlie Brown (YCWCB) formaram-se em 2009, gravando neste mesmo ano o seu primeiro registo, um EP homónimo, ainda como quarteto formado por Luís Costa, Salvador Menezes, Afonso Cabral e David Santos. Espelhando a vontade de crescer na sua réplica ao vivo, os YCWCB contaram com a entrada Tomás Sousa e João Gil, algo que se refletiu não só no número de pessoas em palco mas também na sua sonoridade.
“Chromatic”, o primeiro longa-duração editado em 2011, seria a prova desta nova identidade. As sonoridades folk do registo anterior começavam a dar espaço, aos poucos, a outros caminhos, como a eletrónica. A boa receção do disco por parte do público e da crítica abriu as portas para pisar palcos um pouco por Portugal inteiro e não só, já que os YCWCB também contam com um par de passagens por Inglaterra e uma ida aos EUA para o festival South by Southwest, no Texas.
Em 2012, a convite do radialista Pedro Ramos, da rádio Radar, abraçaram o desafio de fazer uma versão do famoso “disco da banana” dos Velvet Underground com a Nico que apresentaram ao vivo apenas em duas ocasiões, no Lux Frágil em Lisboa (em outubro desse ano) e no festival Optimus Primavera Club em Guimarães (em novembro do mesmo ano).
Neste momento, os YCWCB estão prontos para mostrar o seu mais recente registo. “Diffraction / Refraction”, o seu segundo longa-duração, é um disco muito mais desafiador do que “Chromatic”. Se é verdade que neste novo disco encontramos uma boa parte do vocabulário já enunciado no trabalho anterior (harmonias vocais exemplarmente construídas, combinação entre elementos folk e eletrónicos, diversidade rítmica, construção de ambientes quase sinfónicos), verificamos que agora tudo isso foi levado a patamares ainda mais sofisticados. Inesperados mesmo. As estruturas são mais complexas, afastando-se da simplicidade construtiva típica da música pop, a paleta sónica é mais ampla e densa, as harmonias vocais expandem-se para novos territórios, a voz de Afonso Cabral (principal vocalista da banda) revela maior maturidade e capacidades expressivas, as soluções instrumentais são mais inventivas. Disco sumptuoso, construído laboriosamente, “Diffraction / Refraction” contou com a colaboração de Tiago de Sousa (sound engineering) durante as sessões de gravação, foi misturado por Luís “Walter Benjamin” Nunes e masterizado por Rafael Toral.
Os YCWCB são hoje uma banda em completo domínio da sua linguagem. Para isso contou a imensa rodagem de palco destes dois últimos anos. Agora, depois do primeiro single “Be My World”, um novo caminho se inicia para Afonso Cabral, Salvador Menezes, Tomás Sousa, David Santos, Luís Costa e João Gil. Se há algo que podemos esperar baseado no que fizeram até ao momento, é um concerto certamente tão único quanto as várias personalidades que compõem esta banda.
Mais tarde, nessa mesma noite, também o músico vimaranense Diogo Alves Pinto, mais reconhecido por Gobi Bear, atua às 24h00 no Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor para desvendar o seu primeiro longa-duração.
Depois de 3 EP’s e da integração na compilação Novos Talentos FNAC 2012, no seu novo disco – “Inorganic Heartbeats & Bad Decisions” – Gobi Bear apresenta-se definitivamente num formato one-man band / multinstrumentista, sem perder a sua identidade, mas caminhando por trilhos mais maduros e também mais experimentais. Este longa-duração, que conta com a produção de Paulo Miranda (Old Jerusalem, The Legendary Tigerman, Long Way to Alaska), resulta dos primeiros dois anos de vida do Urso, inspirado em vivências que incluem vários concertos de norte a sul de Portugal e também um pouco por Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha e Suécia.
O custo dos bilhetes para o concerto dos YCWCB é de 7,50 euros ou 5,00 euros com desconto e de 3,00 euros no caso de Gobi Bear.