A vez de Reininho e sua banda

As festas de Vizela entram hoje no seu penúltimo dia com um concerto à GNR. Espera-se lotação esgotada no espaço multiusos para ver e ouvir Rui Reininho e a sua banda cujo percurso inicial também passou por Vizela na década de 80. A entrada é livre.


o espetáculo mais aguardado das festas de Vizela sobe hoje ao palco. Os GNR voltam a Vizela (já atuaram no parque na fase inicial da sua carreira e mais tarde no ringue do Park Club), um concerto agendado para o espaço multiusos.
Depois de ontem à noite o humor ter preenchido o palco do espaço multiusos, hoje segue-se o concerto com os GNR. Na quinta-feira, dia 15 de Agosto, a banda estará nas Festas da Batalha pelas 22h00 para um concerto que também será de entrada livre.

A digressão dos GNR continua em Agosto com concertos em São Vicente, Madeira - 22 de Agosto, Vila Flor, Trás-os-Montes - 23 de Agosto e no Festival do Crato no dia 30 de Agosto.
Amanhã sai o cortejo Vizela dos Tempos Idos.

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O estatuto de banda de culto conseguido em finais dos anos 80 e o sucesso comercial em inícios de 90 deram ao Grupo Novo Rock uma dimensão até então inimaginável para qualquer banda portuguesa. A única banda nacional que conseguiu encher o Estádio de Alvalade - é esta a dimensão dos GNR.
Os caminhos dos G.N.R. começam no Porto, em 1980, quando Alexandre Soares, Vítor Rua e Toli César Machado ensaiam formações e sonoridades que resultariam no primeiro single, "Portugal na CEE". O segundo registo em single, "Sê Um GNR" revela uma vez mais o carácter inovador da música dos G.N.R.O êxito de vendas é considerável com ambos os discos a venderem na ordem das vinte mil cópias. Em Setembro de 1981, dá-se a entrada de Rui Reininho. "Independança" foi a designação do primeiro longa duração editado um ano mais tarde. Depois de alguns conflitos internos e de indefinições constantes na constituição da formação, em 1983, surge o esqueleto definitivo do sucesso : Alexandre Soares na guitarra, Jorge Romão no baixo, Toli César Machado na bateria e Reininho na voz. A saída de Vítor Rua provocaria ainda conflitos. Em causa estavam os direitos de autor e a propriedade do nome da banda. O ano de 1984 deu lugar à edição de "Defeitos Especiais" e a uma tournée promocional com bons resultados. "Os Homens Não Se Querem Bonitos", terceiro álbum, editado no ano seguinte, foi aclamado por todos, da crítica aos ouvintes toda a gente cantou " Nas dunas...".
O ano de 1986 é o ano da consagração definitiva com "Psicopátria". Em plena crise de identidade do rock português, os G.N.R. superaram as melhores expectativas e conseguiram um disco de prata, dando novo alento à cena musical portuguesa. Temas como "Efectivamente", "Pós-Modernos" ou "Bellevue" transformaram-se rapidamente em referências de uma banda que começou a ver os frutos comerciais do seu trabalho. Depois da edição do disco, deu-se a saída de Alexandre Soares, dando lugar a Zézé Garcia que, por sua vez, acabou por sair em 94. "Vídeo Maria" de 1988, um EP que provocou algum celeuma em certas rádios por alegadas "heresias" constantes na letra foi o passo seguinte e revelou Toli como o compositor de serviço. O percurso de triunfo em todas as frentes continuou com "Valsa dos Detectives" de 1989. O estilo pop/rock dos G.N.R. era agora claro, depois de diferentes espaços sonoros visitados em outros tantos anos de crescimento. Em 30 de Abril e 1 de Maio de 1990 esgotaram o Coliseu de Lisboa, gravando o que seria o polémico "GNR-In Vivo". Vítor Rua que ainda não tinha desistido da demanda de direitos de autor sobre a banda, conseguiu que a primeira edição do disco fosse retirada, obrigando a uma segunda edição, já sem temas da sua autoria.
"Rock In Rio Douro", álbum de 1992, significou a venda de 94 mil cópias, 38 semanas de permanência no top nacional e 40 mil pessoas a assistir ao primeiro concerto de uma banda portuguesa em Estádio. Os duetos de Reininho com Javier Andreu em
"Sangue Oculto" e com Isabel Silvestre em "Pronúncia do Norte" foram dois dos pontos altos do trabalho.
O ano de 1996 deu lugar á edição de um "best of ". "Tudo O Que Você Queria Ouvir - O Melhor Dos G.N.R." juntou os melhores temas da banda nortenha. A pop, até então disfarçada com sons mais ou menos rock, teve o seu lugar de honra em "Mosquito", que sucedeu a "Sob Escuta" de 1995.
A participação na banda sonora do primeiro telefilme da SIC, "Amo-te Teresa" com o tema "Asas Eléctricas" e a edição de mais um conjunto de originais, "Popless" no qual recorrem aos préstimos do produtor brasileiro Nilo Romero, foram os registos que se seguiram. O disco inclui, também, os temas "Popless" (com direito a videoclip censurado na Televisão) e outros temas como "L's" e "Essa Fada".
Em Fevereiro de 2002 é lançada a antologia "Câmara Lenta" com as baladas mais emblemáticas do grupo portuense. O disco obtém um grande sucesso chegando a nº 1 do top nacional de vendas. "Você" e "Nunca Mais Digas Adeus" são os dois inéditos incluídos neste disco.
No final de 2002 é editado "Do Lado dos Cisnes", produzido novamente por Nilo Romero, que mostra uns GNR de volta ao rock.
Em 2003 gravam uma nova versão (acústica) de "Canadádá", com a participação do brasileiro Paulinho Moska.
E chega 2006, ano em que os GNR comemoram os 25 anos de carreira. A banda portuense teve um ano em cheio com a edição do CD de tributo "Revistados 25-06", a actuação no Rock-in-Rio Lisboa e o lançamento do Best Of "ContinuAcção - O Melhor dos GNR vol.3". A colectânea, composta por dois CDs, apresenta vários temas emblemáticos do grupo, algumas raridades, a que se juntam dois novos: um inédito ("Continuação") e uma versão de "Quero que Vá Tudo Para o Inferno", original de Roberto Carlos, que obteve airplay nas rádios nacionais.
Temas como "USA", "Quebra-Gelo", "General Eléctrico", entre outros, são editados pela primeira vez em CD. Já a música "I Don't Feel Funky (Anymore)" é uma oportunidade rara de ouvir a banda a cantar em Inglês.
Para culminar as comemorações das bodas de prata da carreira, os GNR actuaram nos coliseus do Porto e de Lisboa.

Em 2008, uma super-produção marca a carreira do grupo: no dia 18 de Abril os GNR subiram ao palco do Pavilhão Atlântico com a Banda Sinfónica da GNR. Mais de 25 anos depois do início da polémica, o mito dissolve-se: o Grupo Novo Rock e a Guarda Nacional Republicana fizeram história num concerto memorável. Sob direcção do Tenente Coronel Jacinto Montezo, impulsionador do projecto, 120 músicos deram vida a 18 temas intemporais do grupo portuense. Com arranjos de orquestra minuciosos, pela mão de Vasco Azevedo, Pedro Moreira, Filipe Melo, Hugo Novo e Mário Laginha, o alinhamento do espectáculo foi cantado em tons de festa por mais de 8.000 fãs incondicionais. O espectáculo passou pelas cidades de Coimbra e Guimarães ainda nesse ano.

No ano seguinte, os GNR continuaram na estrada, com concertos um pouco por todo o país. Destaque para um espectáculo especial na Casa da Música, na noite de São João, e também para o grande concerto de passagem de ano nos jardins da Torre de Belém, em Lisboa.

Já em 2010, a banda entrou em estúdio para gravar aquele que se tornou no sucessor do álbum "Do Lado dos Cisnes". Pela primeira vez na história dos GNR, as gravações decorreram em estúdio próprio. 'Rei do Roque', o primeiro single deste novo disco, foi divulgado semanas mais tarde e foi muito bem recebido pelas rádios e pelos fãs do grupo. A 30 de Abril, os GNR apresentaram no Centro Cultural Olga Cadaval algumas das novas canções que fazem parte do tão aguardado álbum e aproveitaram para divulgar o título deste novo trabalho: "RetroPolitana".

No ano de 2011, os GNR revisitam 14 dos seus temas mais significativos, através de novas versões, no álbum "Vôos Domérticos". O disco comemora os 30 anos do grupo.


Mário Mesquita Borges

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