O objectivo do Governo é privatizar os CTT - ainda no primeiro semestre deste ano - um serviço com 500 anos de existência, uma empresa que dá lucro e que presta um serviço inestimável às populações de todo o país.
É para cumprir este objectivo que têm vindo a público informações de encerramento de centenas de estações de correios, desmantelamento de postos de trabalho e o aumento das tarifas.
No que toca ao encerramento de estações, a administração da empresa e o Governo propõem a transferência de parte do serviço para papelarias e estabelecimentos similares, e o restante serviço fica apenas disponível noutras estações de correios, quase sempre a vários quilómetros de distância. Está em causa o serviço público postal, tendo as estruturas representativas dos trabalhadores dos correios alertado já para o problema da confidencialidade do serviço que deixará de ser assegurada, tratando-se de informação sobre pensões de reforma, o que pagam ou recebem os cidadãos, a quem enviam cartas e de quem recebem, para lá do contributo deste tipo de medidas para um maior isolamento de populações já afectadas pela desertificação, a falta de transportes e recursos.
No entanto, esta opção de encerramentos, não parece obedecer a qualquer critério, mesmo que questionável, já que ocorre tanto em freguesias mais isoladas e deprimidas como em centros urbanos densamente povoados. Desde o ano de 2000 mais de um milhar de estações e postos de correios foram encerrados, agora coloca-se a perspectiva de mais 200: a continuar esta política, serão depois muitos mais.
Os contornos e total dimensão da operação de desmantelamento de postos de correios estão ainda por revelar, mas uma coisa é certa no proximo dia 20 Maio deixará de haver separação e tratamento do correio em Vizela e os carteiros vão ser transferidos para Guimarães!
A qualidade da distribuição postal no nosso concelho à muito que foi reduzida pois só existe distribuição de dois em dois dias e agora com a extinção deste serviço está aberta a porta para o encerramento da estação de correios ou a entrega deste serviço a privados.
O eventual encerramento da estação dos CTT representará para o concelho de Vizela mais um duro golpe nos serviços públicos de proximidade no concelho, penalizando a população em geral e o tecido empresarial do concelho, mas sobretudo as pessoas mais idosas e com mais dificuldades de deslocação a outros serviços.
O PCP desde já alerta a população de Vizela para estar atenta, pois a administração da empresa CTT tem pretendido manter os encerramentos “em grande segredo” e apela à luta contra o encerramento de estações (CDP's - centros de distribuição postal e CTC's centros de tratamento de cartas), contra a criação artificial de trabalhadores excedentes nos CTT, contra a privatização da empresa e a destruição do serviço público de correios.
A administração dos CTT tem tido uma postura de falta de respeito para com os cidadãos e populações ao encerrar estações e postos dos correios aos quais não são dadas alternativas de qualidade de serviço e a par de tudo isto, veio a público anunciar uma “actualização” do tarifário, afirmando estar em causa um aumento médio anual de 2,9%, (o que, por si só, seria injusto e inaceitável), mas que se traduz afinal numa realidade bem mais gravosa. Por exemplo, o preço do selo do Correio Azul tem um aumento de 6,38 por cento e o selo do Correio Normal aumenta 12,5 por cento! Verifica-se ainda a diferenciação de preços praticados, em função das regiões servidas: com preços mais baixos para correio com origem em Lisboa, Porto ou Coimbra e com destino em Lisboa ou Porto. Esta é uma opção com particular e preocupante significado para a coesão territorial do País no que concerne ao aprofundamento das assimetrias regionais e que contraria o que foi prática desde sempre, ou seja, tarifas iguais para todo o território nacional.
Por parte dos trabalhadores e das populações, temos assistido a uma pronta, expressiva e combativa resposta de oposição a estas medidas com diversas acções de luta.
O PCP reafirma o seu compromisso pela defesa do serviço público postal e pela manutenção dos CTT como empresa pública.
Vizela, 6 de Maio de 2013