Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Vizela
Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Vizela
Ex.mos Srs. Deputados da Assembleia Municipal de Vizela
Ex.mos Srs. Vereadores da Câmara Municipal de Vizela
Ex.mos Srs. Presidentes de Junta de Freguesia
Digníssimos Cidadãos Honorários de Vizela
Ilustres e distintos Autarcas e convidados presentes
Caríssimas Entidades Civis, Empresarias e Eclesiásticas representadas
Ex.mos Srs. da Comunicação Social
Meus Senhores e minhas Senhoras:
Estamos aqui presentes para comemorar o trigésimo nono aniversário do 25 de abril de 1974, o aniversário da Revolução dos Cravos.
Graças a esta revolução “pacífica” foi possível dotar o nosso país de valores até então inatingíveis: o direito ao pluralismo de opinião, o direito à intervenção cívica, o direito à liberdade de expressão sem medo de repressão, o direito ao voto, ou o direito à igualdade de oportunidades independentemente do sexo, são algumas das principais conquistas de todos aqueles que lutaram pela liberdade do nosso País. E estes são, sem dúvida, valores que pretendemos e devemos perpetuar e dignificar…
Nos dias de hoje, e principalmente para os jovens, cada vez mais vai sendo um exercício de grande dificuldade conseguir que opinem sobre esta data tão marcante da nossa história coletiva recente. A distância temporal que nos separa desse tão presente, mas já algo longínquo acontecimento, começa a dificultar o relembrar dum marco tão deveras importante para a democracia portuguesa…
Contudo, é verdadeiramente essencial continuar a transmitir que, tudo aquilo que hoje somos e nos identifica enquanto cidadãos, portugueses e europeus, livres e responsáveis, o devemos aos pequenos gestos e aos atos heróicos levados a cabo por todos os impulsionadores e intervenientes, nos acontecimentos do 25 de Abril de 74, militares ou cidadãos anónimos, espontaneamente coautores da Revolução de Abril.
Se por um lado temos plena consciência de que foi o povo que, há trinta e nove anos atrás, liderado pelos “Capitães de Abril”, quem escancarou as portas à liberdade e à democracia, vencendo a opressão e a injustiça que pairava sobre a cabeça de quase todos os seus concidadãos, por outro, também conseguimos perceber que estes são os valores que constituem o fundamento do regime atual e que vivamente, acreditamos, assim perdurarão, apesar dos muitos que já ousaram, ousam e, certamente tentarão voltar a colocar em causa.
Contudo, a liberdade só por si, não soluciona problemas... Há uma frase, de um autor não identificado, que já aqui citei há precisamente um ano atrás, que expressa a força desta conquista de Abril: “a minha família é a Humanidade e a minha Lei é a Liberdade”.
Portugal, os Portugueses em geral, e também nós Vizelenses em particular, somos hoje um país e um povo que luta, com enorme sacrifício, tentando subir a pulso, através de medidas estruturais difíceis, porém corajosas, que nos ajudarão a sair da grave situação a que fomos conduzidos e que nos levarão à reconquista da nossa Liberdade financeira e, consequentemente, política…
Vizela, infelizmente, não está numa situação muito diferente da do nosso país…
Com efeito, e à semelhança do país, a situação económica aflitiva que a Câmara Municipal de Vizela atravessa, mais não é do que a consequência de uma gestão municipal ruinosa e despesista, essencialmente direcionada para ações que possam ter alguma visibilidade de colorido perante a população, mas vazias de substância em termos de investimento e desenvolvimento futuros. A exclusiva responsabilidade de governação por parte dos sucessivos executivos de maioria socialista, à frente dos destinos do nosso jovem concelho, colocaram-nos no limiar da falência, o que não augura nada de positivo para os tempos mais próximos.
De facto é sua e exclusivamente sua, a responsabilidade pelas consequências terríveis que serão impostas a todos nós vizelenses, fruto do recurso ao famoso PAEL, que nos trarão não só a perda de autonomia política, como também o empobrecimento da população e a diminuição de meios e serviços postos à disposição de todos.
Numa altura em que Vizela deveria estar a afirmar-se, como Concelho jovem que é, como referência de qualidade ao nível da gestão económica, social, urbanística e empresarial, nada disso acontece…
Vizela tem rapidamente de promover o desenvolvimento através de um dinamismo para o qual os atuais agentes não revelam qualquer capacidade!
Vizela tem de recuperar a SUA Liberdade…
Ser Livre significa participar, sem condicionalismos, nas tomadas de decisão que nos afetam e que realmente têm alguma relevância; tomar decisões tendo em consideração o nosso ponto de vista; não criar confusão por assuntos sem importância; dividir as tarefas, delegar responsabilidades; economizar nas discussões e trabalhar; ser Livre significa um comprometimento para com todos, agindo em prol de todos; significa agir com responsabilidade e empenho…
Vizela merece, e precisa como nunca, de pessoas que lhe devolvam a Liberdade de Abril…
Por tudo isto, é o momento de comemorar Abril, apelando à Liberdade em toda a sua dimensão.
É chegado o tempo de erradicar o autoritarismo, as ameaças ou pressões externas, o medo, a pobreza, a opressão e a dependência…
Não há em Portugal, ou em Vizela, Homens, Instituições ou Ideologias providenciais que se substituam aos cidadãos e façam por eles o que só eles podem fazer por si próprios. Essa foi a maior conquista de Abril! Esta será a conquista que os Vizelenses podem conquistar em breve…
É tempo de mostrar ao Mundo que é possível que Portugal se torne num país mais justo e desenvolvido e de mostrar a Portugal que Vizela seguirá o seu exemplo, com uma cultura cívica e política mais sadia, sólida e transparente.
É tempo de mostrar a Portugal que o povo Vizelense não se acomoda e não se resigna…
O Futuro é de quem acredita, não de quem desiste de acreditar…
Eu acredito que os Portugueses vão sempre acreditar em Portugal…
Eu acredito que os Vizelenses vão sempre acreditar em Vizela…
Saudemos o 25 de Abril e a Liberdade que desejamos,
Saudemos Portugal,
Saudemos Vizela!