José James é uma espécie de fenómeno, um esgrimista da voz, além de um good looking guy. Jovem, bonito, com um timbre sublime, presença de palco, bandleader, virtuoso, criativo, com uma banda que daria um capítulo à parte. Através de uma fusão estruturada de jazz, soul e hip-hop, a sua música transcende as fronteiras dos géneros. Tendo já gravado com Chico Hamilton, McCoy Tyner e Junior Mance, José James vem agora apresentar o seu mais recente trabalho, editado pela Blue Note. “No Beginning No End” é uma experiência musical sem precedentes que se move por entre estilos e uma fluidez notável, harmonizados pela voz transcendente de José James. Este trabalho assinala um novo capítulo na jornada artística do cantautor de 33 anos. Concebido, gravado e produzido de forma independente, sem nenhum contrato, este álbum é a sua afirmação mais pessoal até ao momento.
Tendo já recrutado uma equipa poderosa de colaboradores ao longo do seu percurso, José James afirmou-se como um pioneiro pela inebriante mistura de jazz, hip-hop, R&B e eletrónica dos seus três álbuns anteriores. O seu disco de estreia, “The Dreamer” (2008), e o que se seguiu em 2010, “BlackMagic” – ambos produzidos pelo mundialmente reconhecido DJ Gilles Peterson – transformaram este filho de Minneapolis, residente em Nova Iorque, numa sensação tanto no jazz moderno como na cultura DJ. O seu trajeto musical segue a sua própria rima e razão. James é um músico omnívoro, um artista que resiste a ser rotulado, demonstrando-se igualmente à vontade no palco ao lado do lendário McCoy Tyner, como no estúdio com o rapper Oh No ou o pioneiro da eletrónica Flying Lotus.
Ben Ratliff descreveu a magia musical de James numa edição de fevereiro de 2012 do The New York Times: “Ele é um barítono romântico com uma banda profundamente funk, desmontando canções, evocando os anos 70 de Roberta Flack e Gil Scott-Heron e os anos 90 com J Dilla”. Em “No Beginning No End”, José James demonstra uma atenção ainda mais profunda nas estruturas da canção pop, enquanto mantém “o elemento surpresa” associado ao jazz. Grande parte da música baseia-se no gosto de James pelos sons suaves dos finais dos anos 60 e o R&B dos 70, em particular a música de Flack, Donny Hathaway e Marvin Gaye.
“No Beginning No End resume como me relaciono com a música neste momento”, refere José James. “Não desejo ficar confinado a nenhum estilo em particular. Decidi que não quero continuar a ser considerado apenas um cantor de jazz e isso demonstrou-se realmente libertador. Assim que me apercebi que cantar jazz é somente algo que eu faço e é apenas um rótulo, senti-me um artista livre para criar sem quaisquer barreiras”. José James é considerado por muitos uma futura lenda. Vê-lo e ouvi-lo é uma experiência de alto grau de deleite, seja ele visual ou auditiva. Como alguém disse certo dia “he has the Gift”… Ou em português bem claro, ele tem o dom!
Também no começo do mês de maio, este sábado, dia 04, à meia-noite, os Dear Telephone apresentam-se no Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor para nos darem a conhecer “Taxi Ballad”, o primeiro longa duração da banda. Com “Birth of a Robot” (2011) – registo inaugural da banda – os Dear Telephone desenharam uma abordagem musical noturna e austera em contraste com o colorido das referências literárias e cinematográficas que contaminam o universo intimista das suas composições. Depois de um ano intensivo de concertos e outro meio dedicado exclusivamente à construção do primeiro longa duração, preparam-se agora para editar “Taxi Ballad”. Numa toada mais densa mas heterogénea, mergulham sem concessões no assumido fascínio pelo quotidiano e suas contradições, no discurso direto e desconcertante das personagens que as vozes encarnam e numa instrumentação dura e sem artifícios.
Os bilhetes para os espetáculos podem ser adquiridos no Centro Cultural Vila Flor, na Plataforma das Artes e da Criatividade, em www.ccvf.pt, nas lojas Fnac, no El Corte Inglés, bem como em todas as entidades aderentes da Bilheteira Online.
CAMANÉ FOI UM JARDIM NO VILA FLOR
O fadista Camané colou às cadeiras a plateia que lotou o grande auditório do Centro Cultural Vila Flor. A sua atuação de sábado foi arrebatadora e o público «exigiu» que o famoso fadista regressasse ao palco várias vezes não arredando pé do local.
Camané sentiu-se muito reconfortado com esta sua passagem por Guimarães onde apresentou alguns in´deitos do seu novo disco.