Apagão do Moreirense diante de um Benfica atacante


Depois de ter eliminado o Sporting, o Moreirense foi eliminado pelo Benfica (0-2) no seu reduto onde falhou a luz e obrigou a partida a estar interrompida. Foi uma noite bonita para o desporto, com muita correção e civismo dentro e fora das quatro linhas.



Desta vez, não houve surpresa em Moreira de Cónegos. Tal como tinha avisado na véspera Jorge Jesus, o Benfica tinha aprendido a lição da derrota do Sporting no mesmo estádio na eliminatória anterior da Taça de Portugal, e levou o jogo a sério, não deixando escapar o apuramento para a ronda seguinte. Um autogolo de Anílton (incapaz de desviar para fora da sua baliza um remate de Matic) abriu o caminho, enquanto o paraguaio Cardozo fixou o resultado final já no período de compensação.

A equipa lisboeta foi sempre mais intensa que o adversário, justificando plenamente o triunfo. Apenas o desacerto das unidades mais ofensivas do Benfica, em particular dos extremos, explica que o jogo desta sexta-feira não tenha terminado com um triunfo mais confortável para os “encarnados”.

O Benfica mostrou desde que cedo que não queria deixar-se surpreender pelo Moreirense e entrou pressionante e dominador. Ainda assim, e apesar do claro domínio na posse de bola da equipa “encarnada”, não conseguiu criar oportunidades claras de golo na fase inicial do encontro.

O primeiro grande momento benfiquista surgiu à passagem da meia hora, com um remate colocado de Bruno César, à entrada da área, desviado pelo guarda-redes Ricardo Andrade com uma boa defesa. Esse foi, aliás, o melhor momento da primeira parte, apesar de o Benfica ter estado sempre muito perto da área adversária.

Já o Moreirense era uma sombra da equipa atrevida e positiva que, na eliminatória anterior da Taça de Portugal, tinha deixado pelo caminho outro dos grandes do futebol português. Em vez do habitual 4-3-3 utilizado desde que ocupa o comando dos “cónegos”, Jorge Casquilha preferiu apostar num esquema com três defesas-centrais para tentar ganhar superioridade numérica na zona recuada do terreno.

O resultado foi uma equipa desconfortável e que foi inconsequente durante quase todo o encontro. Apenas na segunda parte, quando voltou ao esquema mais típico, o Moreirense conseguiu criar algum perigo. No primeiro tempo, o único lance digno de nota foi um remate de Ghilas que, com um pontapé de bicicleta, fez a bola passar muito por cima da baliza contrária.

Cinco jogos sem sofrer golos
A toada inicial da segunda parte foi em tudo semelhante à do primeiro tempo, com o Benfica por cima e a criar, rapidamente, lances de perigo na área contrária. Mas o golo inaugural surgiu apenas quando faltava meia hora para o final da partida, na sequência de um pontapé de canto — a bola sobrou para Matic que rematou forte e cruzado, beneficiando ainda de um desvio infeliz de Anilton Júnior para dentro da sua própria baliza.

Reagiu o Moreirense, sete minutos depois, com um remate de Ghilas de cabeça, também na sequência de um pontapé de canto, que saiu um pouco por cima. Foi o único lance de perigo da equipa da casa em todo o encontro e serviu para despertar os “cónegos”.

O Benfica continuou a dominar, mas a formação do concelho de Guimarães surgiu mais expedita, sobretudo quando, instantes depois, voltou a ter três avançados à frente do “10” Fábio Espinho. Os “encarnados” não fraquejaram e mantiveram a sua baliza inviolada, o que já sucede há cinco partidas consecutivas.

A equipa da casa apostou, sobretudo, em jogadas de contra-ataque e o jogo estava partido quando, a 12 minutos do fim, parte da iluminação artificial do estádio Joaquim de Almeida Freitas falhou, obrigando a uma interrupção no encontro que durou cerca de 25 minutos.

Depois de retomado, o jogo manteve-se partido, mas as duas equipas perderam ritmo e, nas duas ocasiões em que bola esteve perto das balizas — uma para cada lado — os avançados definiram mal, perdendo a hipótese de chegar ao golo.

E foi já quando toda a gente esperava pelo apito final de Duarte Gomes, que Cardozo fez o 2-0, finalizando com facilidade uma jogada rápida do ataque benfiquista conduzida por Ola John.

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Jogo no Estádio Com. Joaquim Almeida de Freitas, em Moreira de Cónegos.

Assistência Não disponível.

Moreirense Ricardo Andrade; Paulinho, Diego Gaúcho, Anilton Júnior (Ricardo Pessoa, 90’), Ricardo Fernandes (Wagner, 68’), Nilson; Renatinho (Pablo Olivera, 63’), Filipe Gonçalves, Vinicius, Fábio Espinho; Ghilas. Treinador Jorge Casquilha.

Benfica Paulo Lopes; André Almeida, Luisão, Jardel, Luisinho; Matic; Gaitán, Bruno César (André Gomes, 92’), Nolito (Ola John, 75’); Rodrigo, Lima (Cardozo, 73’). Treinador Jorge Jesus.


Árbitro Duarte Gomes (Lisboa). Amarelos Anilton Júnior (11’), Bruno César (25’), Ricardo Fernandes (32’), Filipe Gonçalves (34’), Matic (50’), Luisinho (87’).
Golos 0-1, por Anílton (p.b.), aos 59'; 0-2, por Cardozo, aos 90'+2'.
LUSA

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