Ficou claro que o Primeiro-ministro perdeu toda a sensibilidade social que ainda poderia ter, que apenas está obstinado com números e com seguimento cego das orientações da troika, esquecendo, por completo, os dramas diários das famílias portuguesas. Já não há duvidas que estamos perante um Primeiro-ministro que não ouve nada nem ninguém, nem mesmo o Senhor Presidente da República que tem vindo a alertar para incapacidade dos portugueses suportarem mais sacrifícios.
As alterações nas taxas das contribuições para a Segurança Social que o Primeiro-ministro, Pedros Passos Coelho, anunciou ao país, apenas terão o condão de remeter grande parte das famílias para a completa miséria, sem resolver nenhum dos problemas que enferma a economia nacional, nomeadamente a falta de crescimento económico e as elevadas taxas de desemprego. Efectivamente, é difícil de entender como é que o líder de um Governo, que supostamente deveria estar bem assessorado, anuncia medidas destas sem equacionar minimamente os reflexos na procura interna, situação que levará ao encerramento de muitas empresas que, resistindo à conjuntura económica, ainda asseguravam um número significativo de postos de trabalho.
O resultado deste novo ataque ao bolso dos portugueses está mais que anunciado: a remuneração mínima nacional vai, pela primeira vez em 40 anos, diminuir, fixando-se nuns miseráveis 400,00€, os grandes grupos económicos, mesmo beneficiados pela diminuição da contribuição para a Segurança Social, não vão gerar mais emprego, as pequenas e micro empresas, sem financiamento da banca, continuarão a encerrar portas e a atirar milhares de portugueses para os humilhantes programas assistencialistas, único garante de uma refeição numa qualquer cantina social autorizada pelo Senhor Ministro Pedro Mota Soares. É esta a receita, de austeridade em cima de austeridade, de constante empobrecimento, que a maioria PSD/CDS-PP tem para oferecer aos portugueses.
Perante este intolerável ataque à dignidade dos portugueses, pois é já isso que começa a estar em causa, o Secretariado da Federação de Braga do Partido Socialista não pode calar a sua indignação. O distrito de Braga, as empresas, os trabalhadores e as suas famílias, precisam de ver uma luz ao fundo do túnel, desejam ter esperança no futuro, esperança que se desvanece à medida que o Primeiro-ministro vai mostrando os resultados do seu trabalho e as medidas para corrigir os desvios ainda não explicados às metas que, custe o que custar, tanto quer cumprir.
Braga, 10 de Setembro de 2012
O Secretariado da Federação