"Não participo em chacinas, desobedeço a Salazar...." com este principio Aristides de Sousa Mendes salvou mais de 20 mil pessoas. O seu neto esteve em Moreira de Cónegos no decorrer duma exposição e em Vizela na passada sexta-feira.
O Departamento de História da escola eb 2/3 de Moreira de Cónegos (Virginia de Moura), teve aberta na semana passada uma exposição sobre a vida do grande português, Aristides de Sousa Mendes. Esta exposição encerrou na passada sexta-feira com a presença de um neto do Aristides de Sousa Mendes.
Salientamos que no espaço de três anos o neto de Aristides de Sousa Mendes, voltou a Moreira de Cónegos, a primeira vez à biblioteca Júlio da Silva Sampaio e desta vez à escola eb 2/3. O Dr António Moncada de Sousa Mendes (neto de Aristides), e pelas duas vezes se hospedou no hotel Termas em Caldas de Vizela, contribuiu para isso a sua própria vontade tendo em conta que quando cá esteve em Vizela foi muitissimo bem acolhido, denunciando um esmerado serviço quer do hotel quer do restaurante, facto que a Associação de Pais da escola agradece na pessoa de José Manuel Gomes e aos restantes profissionais do hotel.
A Associação de Pais desta escola, agradece ainda à escola pela sua iniciativa, ao Moreirense Futebol Clube pela disponibiliadade de meios de transporte da exposição (Camara Municipal de Lisboa), à junta de Freguesia de Moreira de Cónegos, à camara Municipal de Guimarães, à Fundação Aristides de Sousa Mendes, ao restaurante Pólo Norte, e mais uma vez a generosidade de Jorge Sampaio das confeções Cruzeiro, que sempre atento ao que se passa na sua terra, patrocinou consideradamente este evento.
"Aristides de Sousa Mendes foi o "Schindler português" muito antes de o alemão começar a sua actividade humanitária em prol dos judeus. Atendendo à verdade histórica, Oskar Schindler é que foi o Aristides alemão.
De uma coisa ninguém tem dúvidas: Aristides de Sousa Mendes é um dos maiores símbolos nacionais da II Guerra Mundial. Foi o homem como metáfora do humanismo. Em 1940, Aristides era cônsul de Portugal em Bordéus e, indo contra uma directiva expressa de Salazar para não se concederem vistos a refugiados que quisessem atravessar a França para chegar a Portugal, desobedeceu e passou 30 mil vistos. "Na vida de cada pessoa há uma ou outra oportunidade para se revelar, para mostrar aquilo em que acredita e levar isso até às últimas consequências", diz D. Manuel Clemente, bispo auxiliar de Lisboa. "Ele revelou um sentido de rasgo, um sentido de risco."
No século XX português não há outra figura que tenha mudado tanto - objectiva e materialmente - a vida de milhares pessoas. "Ele representa a desobediência justa", refere António Costa Pinto, historiador e professor do Instituto de Ciências Sociais. "É o exemplo de solidariedade. A sua figura é muito associada ao humanismo do século XX."
ANTÓNIO BRAZ
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Fonte: Os Grandes Portugueses.