«Motivada por um trecho do Pregão Nicolino 2011, encarrega-me o Senhor da Câmara de difundir a declaração lida na reunião de Câmara realizada na data de hoje e vertida para a respectiva acta.
Em cumprimento da tradição, no pretérito dia 5 de Dezembro, os estudantes de Guimarães promoveram o Pregão, número que integra as tradicionais Festas Nicolinas. Também de acordo com a tradição, o Pregoeiro e alguns acompanhantes foram recebidos na Câmara Municipal, por mim, na qualidade de Presidente da Câmara e pela Vereadora da Cultura, a quem, simbolicamente, entregaram o Pregão. Aí, da varanda da sala de reuniões, o Pregão foi recitado perante os estudantes e demais acompanhantes que seguiam o cortejo, tendo depois seguido o percurso, sempre ao toque de caixas e bombos, como diz a tradição.
Nos mais de vinte anos que cumpro como Presidente da Câmara sempre acompanhei e apoiei esta manifestação tradicional, como tantas outras, na convicção da importância do reforço da nossa identidade cultural e da valorização das manifestações que nos caracterizam e nos tornam singulares. Sempre aceitei ou tolerei com galhardia as referências mais ou menos bem humoradas que, ao longo de tantos anos, foram feitas à minha pessoa, enquanto mero cidadão ou Presidente de Câmara.
O que de mais nobre um cidadão pode ter é o seu bom nome e a sua dignidade. E não posso aceitar nem tolerar que, por má-fé travestida de piada de mau gosto, os autores do Pregão aproveitem as festas dos estudantes para, com recurso à insídia, colocar na boca destes uma mentira torpe e populista que põe em causa o meu bom nome e a minha dignidade.
Na democracia não vale tudo. E nem a tradição pode ser desculpa para tudo. Os autores do Pregão prestam um mau serviço a uma e a outra.
O Presidente da Câmara de Guimarães cumpre a lei da República Portuguesa e nunca usou de estratagemas ou subterfúgios para obter benefícios ou regalias fora dela. O Presidente da Câmara de Guimarães recebe o salário que a lei da República Portuguesa lhe confere, nunca acumulou remunerações indevidas e nunca nenhum tribunal o obrigou a repor qualquer quantia, como insidiosamente escreveram.
Eles sabem, e por isso o escreveram, que nada servirá para apagar a ignomínia que me lançaram, já que os documentos ficam para a História. Mas não posso deixar de lançar em acta de reunião de Câmara, uma vez que foi na qualidade de Presidente de Câmara que me atacaram e ofenderam, a manifestação da minha indignação e da exigência de um pedido público de desculpas, a que me julgo com direito.
Guimarães, 7 de Dezembro de 2011
O Presidente da Câmara,
António Magalhães