(NOTÍCIA JN)
Começou interrogatório a suspeitos de segurança ilegal no Vale do Sousa
Alguns dos 24 detidos na operação da Polícia Judiciária no Vale do Sousa revelada na terça-feira começaram hoje a ser submetidos a interrogatório pelo juiz de instrução criminal do Tribunal da Penafiel.
"Os primeiros [suspeitos] já deram entrada no tribunal, mantendo-se as fortes medidas de segurança no exterior", acrescentou a fonte.
A identificação da totalidade dos 24 suspeitos, iniciada às 15 horas de quarta-feira, terminou na madrugada de quinta, cerca das 2.30 horas, acabando às 4 horas a logística de retorno ao estabelecimento de detenção da PJ.
A diligência de identificação, segundo a fonte, revelava-se fundamental para impedir que se ultrapassasse o período máximo de 48 horas durante o qual os suspeitos podem manter-se sob detenção na PJ antes de serem presentes a um juiz.
No final do processo de identificação, foram lidos aos arguidos, pelo magistrado judicial, os factos de que estão indiciados neste processo.
A fonte disse à Lusa ser normal que o processo iniciado hoje de manhã de interrogatório dos suspeitos se prolongue por várias horas, atendendo ao número elevado de arguidos.
No entanto, ressalvou a fonte, o processo pode ser acelerado se, por hipótese, vários suspeitos se recusarem a responder às questões do juiz de instrução criminal.
Só no final, o juiz anunciará as medidas de coação dos arguidos.
"Vai ser, com certeza, um processo moroso devido ao elevado número de suspeitos", disse.
Como aconteceu na quarta-feira, dezenas de familiares e amigos dos suspeitos encontram-se nas imediações do tribunal para assistirem à chegada dos arguidos nas viaturas prisionais.
O grupo está indiciado por crimes de associação criminosa, ofensas à integridade física agravada contra um agente de autoridade, posse e tráfico de armas, extorsão, ameaças e exercício ilegal da actividade de segurança privada.
Têm idades compreendidas entre os 20 e os 50 anos, alguns dos quais sem qualquer actividade profissional lícita definida e outros ligados à comercialização e distribuição de produtos de origem piscícola. O núcleo duro apresenta ligações familiares.
A operação de terça-feira foi o resultado de cerca de um ano de investigações e contou com a participação direta da maior parte dos investigadores da Directoria do Norte da PJ, de alguns elementos da Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real e efectivos da GNR.
Foram realizadas simultaneamente cerca de 50 buscas, domiciliárias e outras, nas zonas de Paredes, Penafiel, Lousada, Vizela, Valongo, Marco de Canaveses e Matosinhos, na sequência das quais foram cumpridos 21 mandados de detenção.
Mais cinco indivíduos foram detidos, quatro em flagrante delito e um por ofensa à integridade física a um dos elementos da PJ.
O 'modus operandi' do grupo passava por contratar alguns elementos para provocar distúrbios em espaços de diversão nocturna, após o que era sugerido aos proprietários que seria melhor contratar segurança privada.