FRASES - Houve jogos em que os nossos jogadores não respeitaram o poder dos adversários; - Estamos contentes com o trabalho do treinador Adriano Ribeiro; - Já devia ter passado a equipa para «amadora» há mais anos; - O futsal é a modalidades mais cara do clube mas é a que nos dá mais retorno financeiro; - O Sr. Presidente Dinis Costa só não dá se não puder. Ele faz tudo por tudo para ajudar todas as colectividades; - A nossa equipa leva longe o nome de Vizela. Na época passada, que correu mal, passaram oito jogos nossos na RTP 2 e esta época já vamos com quatro transmissões e ainda vamos ter mais sete; - Quem pôs o FC Vizela na situação em que está, devia ser chamado à pedra. - O ano de 2011 será de viragem para o GDFJA.
ddV - Que balanço faz da carreira da equipa no presente campeonato Nacional da I Divisão em futsal?
JOSÉ ANTUNES - O balanço, por muito que custe a muitos, é negativo. Temos equipa para fazer muito mais e melhor. Temos feito grandes exibições contra os considerados "grandes" mas àquelas equipas que temos a obrigação de ganhar não ganhamos. O querer, a atitude, o empenho tem que ser igual em todos os jogos.
- Esperava, no final deste ano, ter mais pontos?
- Esperava. Digo com com sinceridade que, pela qualidade que tenho visto no mínimo devíamos estar no quinto lugar. Essa é a minha opinião...e que os outros clubes me desculpem por esta sinceridade.
- Então o que falhou na sua equipa?
- Houve jogos em que não respeitamos os adversários e depois apareceram as surpresas desagradáveis. Temos perdido jogos de forma infantil; falhamos muito e depois sofremos golos por falta de concentração.
- A juventude da equipa explica todos os maus resultados?
- A juventude pode ser um dos factores mas não vamos andar toda a vida a dizer que são jovens. São jovens nas idades mas temos jogadores com vários anos de 1ª divisão. Tem que haver mais empenho, não podemos falhar tantos golos por falta de concentração ou mesmo falta de qualidade.
- Como se viu diante do Belenenses, a equipa tem potencial para fazer melhores resultados. Espera que isso aconteça em 2011?
- O que se viu em frente ao Belenenses é o que eu tenho visto em todos os jogos: nós falhamos e eles marcam. Nesse e noutros jogos deixamos uma boa imagem mas o que conta é o resultado. Mas o jogo que a equipa fez com o líder Belenenses é o tipo jogo que tem que fazer sempre.
- Acredita que vai atingir o play-off?
- Acredito cegamente, acho que vamos fazer uma 2ª volta melhor e mostrar o real valor que temos.
- O trabalho da equipa técnica (treinadores) liderada pelo Adriano Ribeiro inspira confiança ao Presidente?
- Sim. Tanto inspira confiança que esta semana vamos fechar um acordo para a próxima época. Estamos contentes com o Adriano independentemente de errar num ou noutra decisão, mas para errar é preciso estar lá e ele felizmente está. O mesmo não se passa com alguns jogadores porque o tempo está a diminuir para eles mostrarem o que querem do clube e da modalidade. Há tempo para tudo e para todos.
- O treinador Adriano Ribeiro está a contar com reforços: o que lhe vai dar?
- Infelizmente vou ter que contratar novos jogadores. O estado actual da equipa no que respeita a finalização é baixo e ainda por cima temos um plantel muito curto. O Adriano desde do inicio da época que me pede um pivô. Estava a contar que os nossos iam surpreender-me pela positiva mas não. Temos que ter jogadores regulares em todos os jogos.
- Que diferenças notou depois de ter alterado o estatuto da equipa de profissional para amadora?
- Com sinceridade já deveria ter feito essa alteração há mais de quatro anos. Estamos com uma equipa competitiva, estamos a passar uma boa imagem. Temos consciência que em dezoito equipas há duas que têm uns orçamentos anormais e nós vamos batendo o pé com um orçamento baixo. A alteração foi boa do ponto de vista económico e desportivo.
- Está a gastar muito com o futsal?
- Em relação aos outros anos não. Gastar é sempre muito quando não temos meios para conseguir atingir os objectivos do clube. Nós temos tido bons patrocinadores que confiam em nós. O futsal é a modalidades mais cara do clube mas é a que nos dá mais retorno financeiro. Neste momento estamos a passar por um período estável. O que nos falta é vender a nossa camisola da equipa sénior (patrocínio) para fazer o pleno desta época.
- Foi sempre crítico em relação à falta de apoios da Câmara. Agora, depois que Dinis Costa assumiu o poder, o GDFJA tem tido outro tratamento para melhor?
- Nada temos a dizer dos apoios que a Câmara de Vizela nos dá. O Sr. Presidente Dinis Costa só não dá se não puder e faz tudo por tudo para ajudar as colectividades. Temos consciência que é com muito sacrifícios mas também estamos orgulhosos de retribuir com a imagem que fazemos por este país fora. Na época passada, que correu mal, passaram jogos nossos oito vezes na RTP 2 e esta época já vamos com quatro e ainda vamos dar mais sete vezes.
Não vamos mentir nem omitir que hoje estamos a ser muito mais reconhecidos pela Câmara. Havia falta de reconhecimento que era notório na atribuição das verbas, como no tratamento… mas são situações que pertencem ao passado e já fazem parte das memórias futuras.
- Considera, então, estar o GDFJA a ser devidamente reconhecido pela Autarquia? - Claro que queremos sempre mais e merecemos em comparação com outros clubes que recebem para andar só pelo “concelho”. Que ninguém se esqueça que, por muito que custe às pessoas nós somos e vamos continuar a ser a bandeira do concelho. Temos dado provas do trabalho sério e honesto e transparente que temos feito no clube e na terra. Mas que há muitas coisas esquisitas no desporto do concelho isso que ninguém tenha dúvida, há coisas que custa muito a entender…
- Que coisas?
- Para já fico por aqui...
- Por que diz que o seu Clube é a bandeira do Concelho?
- Porque é mesmo. Quem quiser que analise quem dá mais nome à nossa terra.
- Como define o trabalho da formação do Clube?
- Tem que melhorar muito mais. Temos gasto tempo e dinheiro a formar homens/jogadores e como está à vista de todos temos dado provas de oportunidades para a equipa principal. Claro que têm que ter paciência não é chegar e vencer, temos que dar tempo ao tempo. Mas como o futuro é aproveitar o máximo das camadas jovens temos que apostar ainda mais. Mas estamos a melhorar a nossa formação de ano para ano apostando em bons técnicos.
- Quer aumentar às modalidades do Grupo Desportivo da Fundação Jorge Antunes?
- Isto não é uma questão de querer aumentar as modalidades. Eu sou a favor que se há uma modalidade que não esteja bem num clube qualquer, que esteja a ser discriminada, não reconhecidas no seu trabalho que é feito ao longo de anos sou a favor de acolher essa modalidade. É melhor ser acolhido do que formarem um clube como foi o caso do minigolfe.
- Fala-se que o seu Clube poderá adoptar a Secção de Atletismo do FC Vizela...
- É uma possibilidade. Se a secção não estiver bem estamos abertos ao diálogo.
- O FC Vizela está a atravessar uma fase complicada. Como analisa esta situação enquanto presidente de outra colectividade?
- É complicado dar uma opinião quando não estamos dentro da realidade do clube e ainda por cima conheço quem esteve nestes anos e quem está agora na liderança. Acho que o Clube deve mudar o mais rápido possível os estatutos. Quando um presidente quiser se aventurar numa subida de divisão ou tem orçamento para isso ou deve assumir o seu desejo. Mas quando for embora tem de deixar as contas do clube direitas. O FC Vizela devia ter estatutos iguais aos do Moreirenses ou Paços de Ferreira. Um clube não pode ser prejudicado por um presidente querer arriscar. Se arrisca assume a responsabilidade do endividamento. Por isso é que muitas das medalhas ficam caras…
Estou a par de alguns problemas que se passa e decisões que têm que ser tomadas no imediato mas acredito que não haja coragem para tomar essas decisões. È complicado varrer, muito mais quando é uma comissão administrativa. Mas tenho outras opiniões que nem quero sequer pronunciar. Quem pôs o clube desta maneira é que devia ser chamado à pedra.
- Alguma vez pensou que o seu Clube e o FC Vizela poderiam passar por uma fusão?
- Isso nunca me passou pela cabeça, independentemente de várias pessoas já me fazerem abordar essa ideia. Nunca abdicaria que o nome Jorge Antunes desaparecesse. Nós vamos mudar o nome do Clube mas o “Jorge Antunes” vai continuar. Em todo o caso acho que há instituições a mais e que podiam se fundir tanto connosco como com o F.C.Vizela e todos tinham a ganhar apesar de achar o F.C.Vizela um clube muito complicado.
-Porque diz isso?
- Já passei por lá e em pouco tempo vim carregado de histórias. É um clube que precisa de pessoas que levem projectos para a frente. Já houve vários que abandonaram os projectos.
É altura de haver respeito pelo o F.C.Vizela e acabar os show off.
Acho a junção entre nós e o FCV impossível porque o F.C.Vizela tem história, tem um nome e tem muitos anos de existência. O G.D.F.J.A. também tem a sua história, tem o seu nome e é reconhecido mundialmente pelo trajecto da sua história. O seu palmarés comprova isso em 31 anos de existência.
- Que outras modalidades poderão integrar o GDFJA?
- Todas as modalidades podem integrar no clube mas sempre com um orçamento. Não queremos modalidades para dizer que temos. Porque se as temos o tratamento tem que ser igual ao do futsal. Está sempre em jogo a nossa imagem e disso não abdicamos. Temos a Luta livre em que o Rafael é Bi-campeão do mundo e outros campeões da Europa, o Donilwd-BTT fez uma boa época com muito títulos. Estamos contentes mas não queremos ficar por aqui.
- Considera as transmissões televisivas um grande momento de divulgação de Vizela?
- Considero, podemos fazer muito mais se toda a gente ajudar. Já repararam se não existisse o G.D.F.J.A. o que seria do desporto em Vizela? Era completamente regional, sem o mínimo de divulgação nem projecção. É por isso que considero que somos uma bandeira. Respeito todos os clubes do concelho e até os ajudo mas há muita mentalidade que tem que ser mudada.
- Os espaços de treinos e jogos (pavilhões) continuam a ser a sua dor de cabeça. Acredita que Vizela vai resolver este problema?
- Prefiro pavilhões para as camadas jovens treinar porque gastamos uma fortuna em alugueres. Claro que fico triste quando dá um jogo e metade da assistência fica fora de portas por falta de capacidades. Além da receita que perdemos é as imagens que damos. Mas se o pavilhão demorar mais uns anos não faz mal desde que tenha um bom piso para evitarmos as lesões. Se a câmara não quiser ou se não poder fazer um pavilhão, o actual, com umas obras, pode resultar num bom pavilhão
- O que podem os vizelenses esperar do GDFJA para o ano 2011?
- O mesmo que temos feito até aqui. É dignificar a terra, o clube, as pessoas que apostam em nós, continuar a tirar os miúdos da droga, continuar a crescer mas sempre com os pés bem assentes no chão. Vamos continuar a esperar por uma sede que era a melhor prenda de natal para engrandecer mais o clube. Estes jovens precisam de um espaço para se juntarem, espaço para ocupar os tempos livres, para mostrarem e reviverem as memórias. Temos mais de três centenas de troféus para mostrar, isso é que é a nossa história. O ano 2011 vai ser mais uma viragem no clube em que esperamos que os vizelenses compreendam de uma vez por todas o nosso grito de revolta. Olhem para nós como um clube que tanto dá a esta terra.
- Que viragem?
- Há várias surpresas no imediato dentro de um mês vai sair a nossa 1ª revista, vamos ter novo emblema e mudança do nome mas o Jorge Antunes fica.