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Trio assalta para vender material na Roménia
Ontem
texto do jornalista: nuno miguel maia
Durante pelo menos nove meses, um grupo de romenos fez assaltos atrás de assaltos a empresas e casas no Norte e Centro do país. Alvos preferidos eram fábricas de confecções, cujo material era levado para a Roménia. Três já foram detidos pela PJ.
Ontem era o dia marcado para mais um carregamento de produtos roubados destinados àquele país integrado na União Europeia. Várias carrinhas estavam cheias de todo o tipo de objectos: electrodomésticos, têxteis, produtos alimentares e até papel higiénico.
Mas os inspectores da PJ do Porto actuaram antes da viagem, mediante detenções dos elementos mais importantes e buscas em casas na Figueira da Foz, onde os indivíduos estavam sediados nos últimos tempos, apesar de terem efectuado assaltos em diversas cidades: Lousada, Oliveira de Azeméis, Famalicão, Mira, Pombal, Ourém, Leiria e Caldas da Rainha.
O assalto mais expressivo de que o gangue é suspeito ocorreu a 22 de Março passado, em Lustosa, Lousada, à empresa de confecções "Calvelex". Ali, durante a noite e após terem silenciado alarmes, levaram produtos têxteis avaliados em 750 mil euros.
Atacada pelo grupo foi também uma indústria de curtumes, em Pinheiro da Bemposta, Oliveira de Azeméis, em que foi levado material no valor de 44 mil euros; e ainda um armazém na Figueira da Foz, em que levaram bens avaliados em 11 mil euros, além de uma Ford Transit. Estes crimes ocorreram em Setembro.
O trio suspeito de integrar o núcleo duro do grupo, de 27, 37 e 40 anos, caracterizava-se por actuar durante a noite, com método de arrombamento de portas. Um dos detidos tinha pendente um mandado de captura com pedido de extradição para a Roménia.
A PJ passou a ter os indivíduos na mira desde que, em três furtos em Famalicão, a 21 de Junho, 5 e 13 de Julho, desferiram tiros.
Além de uma pistola, nas buscas foram apreendidas escadas, rebarbadoras, um alicate de corte pneumático, um pé-de-cabra, aparelhos de comunicação à distância e varredores de frequência, bem como bisnagas de cola e de espuma de poliuretano utilizados para neutralizar os alarmes sonoros das fábricas.
O trio será hoje interrogado pelo juiz do Tribunal de Lousada.