JOGO LIMPO – Manifesto pela ética desportiva

A Associação de Ciclismo do Minho (ACM) lançou o manifesto “jogo limpo” um compromisso público em defesa da ética desportiva e contra o doping que pode ser subscrito na página da associação na internet (www.acm.pt) e que posteriormente será entregue a várias entidades oficiais.


“Este não é um manifesto apenas do ciclismo. É um manifesto do desporto”, salienta a Direcção da Associação de Ciclismo do Minho, lembrando que o doping não se cinge à prática desportiva de competição nem a nenhuma modalidade em particular”.

Da extensão lista de primeiros subscritores do manifesto “jogo limpo” constam, entre outros, Vicente Moura (Presidente do Comité Olímpico de Portugal), Artur Lopes (Presidente da FPC), Vicente Araújo (Presidente da Federação Portuguesa de Voleibol), José Luís Ferreira (Presidente da Federação de Triatlo de Portugal), João Salgado (Presidente da Federação Nacional de Karaté), Luís André Couto (Presidente da FADU - Fed. Académica do Desporto Universitário), os músicos Tony Carreira e Mickael Carreira, José António Sousa (Presidente da Liberty Seguros Portugal), o director da Volta a Portugal em bicicleta, Joaquim Gomes, os empresário João Lagos e Duarte Nuno Pinto e os jornalistas Miguel Barroso, Rui Santos, Carlos Raleiras, Marinho Neves, Guita Júnior, Fernando Emílio, Miguel Carvalho, Alexandre Silva, Carlos Pinto, José Miguel Pereira.
Subscrevam também o manifesto “jogo limpo”, além de todos os elementos dos órgãos sociais da ACM, os dirigentes e desportistas Alves Barbosa, Delmino Pereira, Neno, Manolo Vidal, Mário Wilson, Mário F. Mateus (Marinho), Manuel Campos Pinto, Dimitre Nikolov, José Luís Algarra, Francisco Manuel Fernandes, Vítor Pedroso, Rogério Teixeira, Eduardo Guilherme, Manuel Amado, Jorge Rocha, Fernando Correia Monteiro, José Gomes e Nuno Coelho.
“Deploravelmente, o jogo sujo tem ferido a essência do desporto, originando uma imensa descrença que mina a continuidade do sistema desportivo e põe em perigo a saúde pública”, afirmam os dirigentes da ACM salientado ser “fundamental, no que ao ciclismo diz respeito, lembrar ao País que há gente muito séria no ciclismo português e que essa gente séria não merece, nem pode, continuar a ser prejudicada por aqueles que violando a ética desportiva têm posto em causa o seu trabalho”.
“É urgente reafirmar os princípios e valores do desporto, como a ética, a honestidade, o espírito e a verdade desportiva”, sustentam os dirigentes minhotos fazendo notar que “as proporções e a gravidade da dopagem no desporto fazem com que algumas modalidades corram o sério risco de sobrevivência, perdendo totalmente as suas referências morais e descredibilizando-se socialmente”.
Considerando “um dever de todos os cidadãos” travar “uma luta sem tréguas” contra o doping, a Direcção da ACM realça que apenas se deseja a subscrição do manifesto por “quem efectivamente se reveja no seu conteúdo e esteja disposto a defender a ética desportiva no dia-a-dia”.
Obtido “o máximo de assinaturas possível”, através do sítio oficial na internet da ACM (www.acm.pt) e de formulários disponibilizados para o efeito, o manifesto será entregue a diversas entidades oficiais.

JOGO LIMPO - MANIFESTO PELA ÉTICA DESPORTIVA

O desporto é uma escola de virtudes em que é obrigatória a observância dos princípios da ética, do espírito e da verdade desportiva.
Deploravelmente, o jogo sujo tem ferido a essência do desporto, originando uma imensa descrença que mina flagrantemente a continuidade do sistema desportivo e põe em perigo a saúde pública.
O doping, como que uma máscara invisível com motivações individuais e/ou colectivas, é uma traição aos princípios do desporto e uma das maiores tragédias da actualidade que não se cinge à prática desportiva de competição nem a nenhuma modalidade em particular.
As proporções e a gravidade da dopagem no desporto fazem com que algumas modalidades corram o sério risco de sobrevivência, perdendo totalmente as suas referências morais e descredibilizando-se socialmente ao ponto de deixarem de constituir uma das variáveis fundamentais à formação integral dos indivíduos.
Urge uma tomada de posição que corporize e evidencie à comunidade a necessidade de mudança na forma de abordar o fenómeno do doping, para que o desporto continue a ser uma escola de virtudes, onde aqueles que o praticam procuram a obtenção do mais alto nível de bem-estar físico, psíquico e social.
Travar uma luta sem tréguas contra o doping e denunciar todos os que se mostrem contrários à sã participação no desporto é um dever de todos os cidadãos e um inegável acto de responsabilidade individual que em nenhum momento pode ser negado.
Publicamente, com a relevância desse exemplo e manifestação pública, os subscritores assumem e declaram:

• Reafirmar os princípios e valores do desporto, nomeadamente, a ética, a honestidade, o espírito e a verdade desportiva e considerar a luta contra o doping como um pilar fundamental na sua preservação;

• Assumir quotidianamente uma conduta de "tolerância zero" em relação a qualquer indício, intenção ou prática de dopagem, desaconselhando e denunciando casos e situações que indiciem práticas violadoras das normas e disposições;

• Desejar a aplicabilidade imediata e rigorosa do Regime Jurídico da luta contra a dopagem no desporto (Lei n.º 27/2009 de 19 de Junho);

• Incentivar os agentes e entidades desportivas a retomarem o projecto de criação do passaporte biológico, encarando-o como indispensável na luta contra o doping;

• Aconselhar todas as entidades a contemplarem em todos os acordos/contratos com e entre equipas e atletas cláusulas de rescisão e de penalização no caso de utilização de substâncias e métodos proibidos;

• Instar as entidades competentes a agirem judicialmente contra os prevaricadores em matéria de dopagem, visando o ressarcimento pelos prejuízos e danos causados ao desporto em geral e a cada uma das modalidades em particular por comprovada conduta desviante;

• Sugerir o aperfeiçoamento da eficácia dos métodos e processos de certificação de violação das normas antidopagem de forma a não subsistirem dúvidas e a eliminar possibilidades de invocação de questões meramente processuais para ilibar os prevaricadores; e

• Sugerir a realização de uma campanha nacional, direccionada aos diversos escalões etários e sectores sociais, que alerte para os malefícios do doping e enalteça os princípios e valores do desporto.

Partilhar