Deputados do PS reconhecem que introdução de portagens é injusta

Os presidentes das câmaras municipais de Paredes, Lousada, Paços de Ferreira, Felgueiras, Valongo e Maia foram recebidos na Assembleia da República pelos grupos parlamentares do CDS-PP, BE, PCP, PSD e PS, numa maratona de reuniões que se iniciou logo pela manhã e só terminou ao final da tarde, após o último encontro com os deputados do Partido Socialista – o único que não estava inicialmente agendado.


Autarcas servidos pelas A41 e A42 foram hoje recebidos na Assembleia da República pelos grupos parlamentares do CDS, BE, PCP, PSD e PS



DEPUTADOS DO PS RECONHECEM QUE INTRODUÇÃO DE PORTAGENS

É AFINAL “INJUSTA E INCOERENTE”


Revelação de Celso Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Paredes, à saída do último encontro do dia com o Grupo Parlamentar do Partido do Governo


Autarca acrescentou ainda que deputados socialistas afirmaram que “país está em deriva económica” e que, por isso, “necessita deste esforço financeiro”



Os presidentes das câmaras municipais de Paredes, Lousada, Paços de Ferreira, Felgueiras, Valongo e Maia foram recebidos na Assembleia da República pelos grupos parlamentares do CDS-PP, BE, PCP, PSD e PS, numa maratona de reuniões que se iniciou logo pela manhã e só terminou ao final da tarde, após o último encontro com os deputados do Partido Socialista – o único que não estava inicialmente agendado.


Tal como prometido na reunião do passado dia 7 de Maio, os autarcas servidos pelas SCUT A41 e A42 transmitiram aos deputados dos diversos partidos representados na Assembleia da República os diversos argumentos que têm servido de base à contestação relativamente à decisão do Governo em introduzir portagens nestas duas auto-estradas a partir de 1 de Julho.


“Fomos recebidos por todos os grupos parlamentares, embora tenha de ressalvar que o encontro com o Grupo Parlamentar do PS era o único que não estava inicialmente agendado”, começou por explicar Celso Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Paredes e uma das vozes mais críticas da região do Vale do Sousa relativamente a esta matéria.


“O objectivo deste encontro foi transmitir aos deputados de cada partido os argumentos que temos vindo a apresentar junto do Governo e da Comunicação Social e a forma como cada Município vai ser penalizado por esta decisão do Governo em introduzir portagens numa das regiões mais pobres do país e da própria Europa, logo baseando a sua decisão num estudo repleto de falhas e que já por mais que uma vez apelidei de tecnicamente incompetente”, frisou o autarca.


“Todos os grupos parlamentares, sem excepção, deram sinais inequívocos de compreensão sobre este assunto. Mas, curiosamente, os comentários mais expansivos vieram precisamente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista. Ficámos, por exemplo, a saber que, na opinião dos três deputados socialistas que nos receberam, e passo a citar, ‘o país está em deriva económica’ e que, por isso mesmo, ‘necessita deste esforço financeiro’. Mais surpreendente ainda, os mesmos deputados reconheceram que a introdução de portagens nas SCUT é, e volto a citar, ‘injusta e incoerente’. Nem mais, nem menos”, sublinhou Celso Ferreira, ainda algo surpreendido por esta tomada de posição dos deputados do partido do Governo.


Já relativamente ao encontro com o Grupo Parlamentar do PSD, o presidente da Câmara Municipal de Paredes revelou que o principal partido da Oposição “manifestou vontade e disponibilidade para analisar a legislação que o Governo vier entretanto a produzir sobre esta matéria”, referindo ainda, em jeito de conclusão, que “quando a distribuição dos sacrifícios não é feita com equidade e os critérios aplicados não são transparentes nasce a suspeição que gera contestação”, finalizou Celso Ferreira.


Recorde-se que o encontro com os grupos parlamentares ocorreu no mesmo dia em que se realizou uma marcha lenta organizada pela comissão de utentes da SCUT do Grande Porto. O protesto iniciou-se na Maia, prosseguiu em Paredes e Paços de Ferreira e terminou em Lousada.

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