"É um dia triste para trabalhadores, sindicato e vizelenses que se vêem sem um bem público que devia servir para o progresso da terra", lamentou o presidente do Sindicato da Hotelaria, ontem, dia do fecho do Hotel Sul Americano. JORNAL DE NOTICIAS-PORTO
Fecho de hotel faz temer o pior às termas
LILIANA COSTA
"É um dia triste para trabalhadores, sindicato e vizelenses que se vêem sem um bem público que devia servir para o progresso da terra", lamentou o presidente do Sindicato da Hotelaria, ontem, dia do fecho do Hotel Sul Americano.
A Administração da Companhia dos Banhos, entidade que gere o complexo termal de Vizela e o hotel Sul Americano, assegura que se trata de uma suspensão temporária, mas o sindicato encara o fecho da unidade hoteleira e das termas como definitiva. Depois do balneário termal, que já se encontrava fechado após o despedimento colectivo dos 43 trabalhadores afectos à estrutura, também o Hotel Sul Americano, de três estrelas, fechou ontem portas, com um futuro incerto. Os 13 trabalhadores entraram em lay-off, pelo menos até 31 de Maio, altura em que a Administração admite reabrir o hotel. Mas o Sindicato de Hotelaria do Norte não acredita que possa reabrir sem que antes reinicie a actividade o balneário termal, que sustenta a ocupação hoteleira, o que poderá levar anos. Francisco Figueiredo, presidente do sindicato, aponta que "o mais grave é constatar que tudo acontece num ano em que houve registo de um aumento de ocupação e de receita".
Segundo o dirigente, as contas foram todas regularizadas com os trabalhadores. "Os trabalhadores vieram assinar o recibo de vencimento e já tinham o dinheiro na conta. Para pagar as indemnizações, o eng.º Coutinho [administrador] arranjou dinheiro com receio de que os trabalhadores requeressem a falência e o arrumassem da Administração", acusou.
Em conferência de Imprensa, Francisco Figueiredo reclamou ainda que "o Estado, que financiou as obras para o hotel, deveria exigir a devolução dos 500 mil euros de fundos comunitários que recebeu, bem como a concessão das águas termais, já que o balneário não vai funcionar e a água é um bem público".