Durante o mês de Julho, a mais recente produção do Teatro Oficina, “No Cover”, vai andar pela cidade de Guimarães. Aproveitando o Verão, a companhia vimaranense decidiu sair do seu espaço habitual, para abraçar a cidade.
Duas mulheres que dizem chamar-se Victoria Beckham, uma real e uma cópia - ambas clones de um estereótipo - discutem em frente de um vagabundo que jura ter sido uma estrela do rock-pop. Juntos entram na aventura de revolucionar o mundo da música com uma proposta pirata e subversiva. “No Cover”, do mexicano Luis Mario Moncada, é uma farsa sobre a originalidade contemporânea que, com música, bailes e um forte delírio de grandeza, reivindica a apropriação pirata, a redefinição dos direitos de autor, e a velha expressão que diz: “no mundo não há nada de novo, salvo aquilo que já nos esquecemos”.
Nascido em Hermosillo, no México, em 1963, Luis Mario Moncada reparte a sua actividade entre a escrita dramática, a interpretação, a investigação e gestão cultural. Escreveu e adaptou mais de 25 obras, quase todas representadas. Algumas das suas obras foram traduzidas para inglês, francês e alemão. Luis Mario Moncada tem aparecido em antologias de dramaturgia na Alemanha e Espanha e realizado apresentações nos Estados Unidos, Canadá, El Salvador, Colômbia, Bolívia, Chile, Venezuela, Argentina, Portugal, Itália e Espanha. Colabora com inúmeras publicações especializadas no México e no estrangeiro, para além de ser fundador da revista de investigação teatral “Documenta-CITRU”.
Segundo Marcos Barbosa, director artístico do Teatro Oficina, “esta peça é uma espécie de grito de afirmação pop e, por isso mesmo, usando essas mesmas referências, aparece do nada, para tentar não ser tudo, mas ser, usando uma expressão futebolística, uma jogada de encher o olho. Mesmo assim, mais teatro invisível, continuamos a ser absolutamente teatro, e por isso com este texto de Luis Mario Moncada, esta música quase toda pirateada por Samuel Úria, e com estes actores electrofashionpoprock, entramos pela vida das pessoas dentro, conquistando-as para a urgência da sua participação neste projecto que deve ser comum: a criação de um mundo novo.” Com tradução e encenação de Marcos Barbosa, a peça é interpretada por Alheli Guerrero, Diana Sá e Rodrigo Santos.
Durante o mês de Julho, fique atento. O Teatro Oficina vai andar pela cidade. Já o encontrou?