Num curto comunicado publicado no seu site oficial, o Boavista assume que na sequência da decisão do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI) fica desde logo impedido de participar nos campeonatos profissionais de futebol. Vizela terá menos uma força contra si enquanto aguarda decisão do recurso apresentado na FPF.
Boavista está definitivamente afastado dos campeonatos profissionais na próxima temporada depois de confirmada, pelo próprio clube, a extinção do Procedimento Extrajudicial de Conciliação (PEC) pedido pela SAD em Julho de 2008.
Com esta tomada de posição, o Vizela tem menos um clube a pressionar pois caso o Vizela descesse o Boavista ficaria na Liga de Honra. Se a desclassificação não remete obrigatoriamente um clube para a despromoção, o Vizela pode sonhar com a ocupação do lugar do Boavista. Caso contrário tem ainda o rescurso como esperança.
Ricardo Costa disse hoje que a resolução dos casos pendentes na Liga será rápida.
O Boavista acabou a última temporada abaixo da linha-de-água, condenado a jogar na segunda divisão, mas a possibilidade de seguir na Liga de Honra seguia em aberto depois das desclassificações do Vizela e do Gondomar que, entretanto, recorreram para o Conselho de Justiça da Federação.
Leia o comunicado na íntegra:
"Através de fax, o IAPMEI deu-nos conta de ter iniciado a extinção de um Procedimento Extrajudicial de Conciliação (PEC) requerido por esta Sociedade, em 31 de Julho de 2008.
Cerca de um ano e vários episódios depois, o IAPMEI esclarece ter tomado esta decisão porque a Fazenda Nacional (Finanças) decidiu não participar no PEC.
Lamentavelmente, este é um passo definitivo, que nos impede de participar nos campeonatos profissionais, isto é, nas competições organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
Perante esta incapacidade de diálogo da Fazenda Nacional, o C. A. da SAD teve uma primeira vontade de entregar as chaves da Sociedade ao Sr. Governador Civil do Porto, para que as fizesse chegar ao Sr. Ministro das Finanças e ao Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Todavia, porque reclamamos para nós um maior sentido das responsabilidades e porque temos a ver com uma instituição com 105 anos de existência, um maior número de trabalhadores e ainda um maior número de atletas (muitos dos quais, jovens), decidimos continuar a lutar pelo futuro da Sociedade, sendo que, sem ela, o Clube ficaria amputado de uma das suas mais relevantes fontes de receita.
O Conselho de Administração da SAD quer ainda dar a conhecer que, em 2008, pagou significativa verba (cerca de 400 mil euros) ao Fisco e à Segurança Social, em detrimento dos salários devidos a funcionários, administradores, treinadores e jogadores.
Face a esta situação, e com todas as consequências pessoais e colectivas, o C.A. decidiu suspender qualquer pagamento a instituições, o que manterá até que, em reunião com os senhores accionistas, primeiro, e com os senhores associados do Clube, depois, não forem encontradas outras eventuais soluções.
Cumpre ainda a este C.A. esclarecer que, mantendo os pés assentes no chão, continua a trabalhar para que a SAD prossiga com vida e, no mínimo, possa participar no C.N. II Divisão (ex-II Divisão B)"